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sábado, 29 de agosto de 2015

Alho, Plantas Que Curam



Utilização Fitoterápica:

O alho era muito utilizado há milhares de anos pelos hebanários (estabelecimento que vende ervas medicinais) e curandeiros para combater inúmeras doenças.
Louis Pasteur, químico francês do século XIX, evidenciou propriedades anti-sépticas que há no alho, informações, estas usadas na Primeira e Segunda Guerra Mundial, pelos exércitos inglês, alemão e russo. Hoje o alho é receitado pelos naturalistas e outros que acreditam na cura pelas ervas como também para prevenir resfriados, gripes e doenças infecciosas.
Foi feito um estudo pelos cientistas mais profundo, a respeito do uso do alho para o colesterol e na hipertensão, eles explicam que a alicina, uma substancia química que se forma quando o alho é esmagado, reduz os níveis de colesterol e baixa a pressão arterial, também nesta pesquisa descobriram que reduz as coagulações sanguíneas, diminuindo assim o risco de infarto e derrame cerebral.
Foram feitas pesquisas em laboratórios com animais, que mostram que o alho ajuda a diminuir o câncer de mama, pele e pulmão, além de ajudar a prevenir o câncer do cólon e do esôfago.
Ainda não foi determinada a quantidade de alho a ser consumida para obter esses benefícios a saúde. Alguns médicos alemães acreditam que quatro gramas, que seria o equivalente a dois dentes de alho, seria o suficiente para tratar a hipertensão ou o colesterol, já para inibir a coagulação sanguínea, teria no mínimo ser 10 dentes de alho.

Já os clínicos descordam quanto a ser cozido ou desidratado que o consumo seja cru, o seu inconveniente é que o alho cru pode causar indigestão, e também pode causar irritação na mucosa, e na pele.
Não existem garantias de que ele evita as doenças. Mas de qualquer forma sabemos que o alho enriquece as refeições deixando com mais sabor. 
Tradicionalmente, o alho como um alimento Yang tem sido usado para promover circulação de energia, aquecer o estômago e remover algumas substâncias tóxicas acumuladas. Isso é compatível com o descobrimento moderno do alho ser capaz de matar germe, promover a digestão e melhorar o apetite. Mas descobriram-se nos últimos anos que o alho possui muitas funções terapêuticas mais importantes, tanto quanto sendo usado como um remédio para hipertensão, hepatite e câncer.
O alho tem estado em uso popular no Japão há um longo tempo, e um recente estudo Japonês revelou que o alho contém um mineral chamado Ge que é capaz de prevenir o câncer de estômago. Um time de médicos do “Hunam Medical College” na China, o qual chamou a si próprio de Grupo Pesquisador do Alho como Agente Anticancerígeno, usou um medicamento patenteado feito de alho para tratar 21 casos de carcinoma de nasofaringe (câncer do nariz e da garganta) com resultados significantes na maioria dos casos. Além disso, o mesmo grupo de médicos também descobriu que o alho é eficaz para tuberculose pulmonar, coqueluche, disenteria amebiana e bacilar, enterite (inflamação dos intestinos), oxiuríase (oxiúro), ancilostomíase (uncinariose), prevenção de gripe e de epidêmica (inflamação do cérebro e aplicação externa para o tratamento de vaginite por tricomonas)
O alho tem efeitos colaterais, entretanto, e por esta razão, deveria ser usado com cuidado. O alho pode fazer com que as hemácias se tornem marrom escuras pelo contato, e também podem dissolver as hemácias quando aplicado em grandes concentrações. Além disso, o óleo volátil contido no alho pode inibir a secreção de sucos gástricos e também pode causar anemia. Sabe-se bem que o alho pode causar mau hálito, o qual pode ser reduzido ou eliminado pelo gargarejo com chá forte, comendo algumas tâmaras vermelhas ou bebendo algumas xícaras de chá. 


O alho na fitoterapia

A utilização do alho como fitoterápico ou como alimento funcional remonta à antiguidade. Há indícios de seu uso no Antigo Egito, na Grécia (onde era conhecido como “rosa de mau cheiro”) e na Babilônia, há mais de 5 mil anos. Documentos Chineses de 3 mil anos, anotados por Marco Polo falam do uso medicamentoso do alho, para desintoxicação.
Foi Hipócrates o primeiro a descrever com detalhes o uso terapêutico do alho, como diurético e laxante. Plínio e Galeno, médicos romanos também utilizavam o alho para o tratamento de infecções intestinais, problemas digestivos, pressão alta, senilidade e impotência.
Consta que a uma das primeiras greves de que se tem notícia aconteceu quando os trabalhadores que construíam as pirâmides do Egito deixaram de receber sua porção diária de alho, que estava em falta no mercado. Eles acreditavam que tal alimento os deixava com maior rendimento físico e os protegia das endemias típicas da época, como o cólera, o tifo e a varíola.
Louis Pasteur demonstrou as propriedades anti-sépticas do alho, o que motivou seu uso nas Grandes Guerras, tanto por ingleses, como por alemãs e russos.
Com o desenvolvimento dos antibióticos durante a segunda grande guerra, os estudos com o alho foram abandonados até recentemente, quando se renovou o interesse devido ao aparecimento de microorganismos resistentes aos antibióticos.
De fato, a alicina – substância presente na planta – tem ação bactericida em infecções de pele como a furunculose e também ação antiviral comprovada contra o vírus da gripe. O extrato de alho é usado atualmente como antibiótico e antifúngico e como antiviral no tratamento da herpes e outros vírus relacionados. Aumenta a ativação das células T e acentua a função antitumoral dos macrófagos. Na China, altas doses provaram ter eficiência no tratamento da meningite criptocócica, infecção fúngica muito resistente à terapia convencional.
São também muito conhecidas as propriedades vermífugas do alho, tanto anti-helmínticas quanto antiprotozoários, principalmente a ameba.
Por ser um inibidor das proteases, o alho afeta a concentração sérica de alguns antiretrovirais que utilizam a mesma via metabólica, como o indinavir e o saquinavir, reduzindo sua concentração em até 50%. Isto serve de alerta para que se tenha cautela no uso indiscriminado da planta, principalmente em pacientes que vivem com HIV e que façam uso do “coquetel” anti-HIV.
Além deste caso, foram descritos alguns casos de dermatite de contato e asma alérgica após a ingestão de alho.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, o risco de homens que comem mais alho e cebola em desenvolver câncer de próstata é 50% menor que os que não fazem o uso destes vegetais na dieta.
Foi comprovada a atividade dos leucócitos de pessoas alimentadas com alho 139 % superior que os de pessoas sem alho na dieta. Esta proteção parece ser resultado de vários mecanismos, incluindo: bloqueio da formação de compostos nitrosaminas, hepatoproteção seletiva contra substâncias carcinogênica, supressão da bioativação de vários carcinogênicos, aumento seletivo do reparo do DNA, redução da proliferação celular e indução da apoptose. Possivelmente vários destes eventos ocorrem simultaneamente e a ação dos componentes sulfurados parece ser influenciada por diversos componentes da dieta. Por exemplo, a presença do selênio, seja como parte da dieta, seja componente do suplemento alho, contribui para aumentar a proteção contra carcinogênese mamária induzida pelo 7,2 dimetilbensa (a) antraceno.
composto sulfurado com propriedade antineoplásica
tipo de célula onde atua
ajoene 
linfócitos, células colonicas, leucemia

alicina 
linfóide

dialil sulfeto 
próstata, leucócitos

dialil dissulfeto 
pulmão, células colonicas, pele, próstata, mama

dialil trissulfeto 
pulmão

s-alil cisteína 
neuroblastoma, melanoma

s-alilmercaptocisteína 
próstata, mama


Esta capacidade de alimento funcional parece ser devida a um composto sulfuroso, o allium, que também é o responsável pelo cheiro característico.
Os compostos de enxofre e flavonóide quercetina parecem ser os responsáveis pela prevenção do aparecimento de células cancerosas no estômago e fígado.
A ação antioxidante da alicina, da aliina e do ajoeno justificam o efeito do alho sobre as LDL pois inibem a peroxidação lipídica por meio da inibição da enzima xantina oxidase e de eicosanóides. O alho também eleva a capacidade total antioxidante do organismo devido à ação dos bioflavonóides quercitina e campferol, por meio de um mecanismo mediado pelo óxido nítrico e, in vitro, age diretamente como varredor dos radicais livres. a alicina mostrar analogia estrutural com o dimetilsulfeto, o qual possui uma boa capacidade varredora de radicais livres. A presença de selênio em sua composição também contribui com este efeito. Isto quer dizer que os compostos sulfurados aliados aos bioflavonóides incrementam, a ação medicamentosa do alho.
Indica-se a suspensão de suplementos de alho para gestantes, nutrizes, crianças abaixo de quatro anos e nos períodos pré e pós-cirúrgicos devido ao seu efeito antiplaquetário. Este mesmo efeito indica seu uso como adjuvante no tratamento da hipertensão arterial e das arritmias cardíacas.
Há evidências, cuja comprovação depende ainda de estudos mais profundos e sistemáticos, com relação à funcionalidade alimentícia do alho no que tange ao aparelho cardiovascular. Os achados até agora indicam possíveis benefícios no controle dos níveis de colesterol no sangue, bem como no controle da hipertensão arterial. Várias pesquisas têm atribuído os efeitos terapêuticos do alho à presença de algumas substâncias, cujas mais notáveis são:
· Óxido dialildissulfeto – redução dos níveis de colesterol e outros lipídeos; 
· Germânio – elemento condutor de oxigênio, agente hipotensor; 
· Selênio – mineral com efeito protetor no coração, pois ajuda a prevenir a formação de ateroma, anticoagulante e hipotensor.

100 g de alho contém, aproximadamente:
água 
59g

calorias 
149 kcal

lipídeos 
0,5 g

carboidratos 
33,07 g

fibra 
2,1 g

manganês 
1672 mg

potássio 
401 mg

enxofre 
70 mg

cálcio 
181 mg

fósforo 
153 mg

magnésio 
25 mg

sódio 
17 mg

vitamina B-6 
1235 mg

vitamina C 
31 mg

ácido glutamínico 
0,805 g

arginina 
0,634 g

ácido aspártico 
0,489 g

leucina 
0,308 g

lisina 
0,273 g

proteínas 
6,05 g

aalfa-tocoferol 
10,00 micro g

outros: 

ácido alfa-aminoacrílico; ácido fosfórico livre; ácido sulfúrico; ajoeno (produzido por condensação da alicina); açúcares (frutose e glicose); alil; alil-propil; aliína (que se converte em alicina); aliinase; aminoácidos (ácido glutamínico, arginina, ácido aspártico, leucina, valina e lisina); citral; desoxialiina; dissulfeto de dialila; felandreno; galantamina; geraniol; heterosídeos sulfurados;insulina; inulina; linalol; minerais (manganês, potássio, cálcio, fósforo, magnésio, selênio, sódio, ferro, zinco, cobre); nicotinamida; óleo essencial (muitos compostos sulfurados, dentre eles: disulfuro de alil, trisulfuro de alil, tetrasulfuro de alil); óxido dialildissulfeto; polissulfeto de dialila, trissulfeto de dialila; prostaglandinas A, B e F; proteínas; quercetina; sulfetos de vinil; trissulfeto de alila; vitaminas A, B6, C, ácido fólico, pantotênico, niacina).

composto possível
atividade biológica
aliina 
hipotensor, hipoglicemiante

ajoeno(ajocisteína) 
prevenção de coágulos, antiinflamatório, vasodilatador, hipotensor, antibiótico

alicina e tiossulfatos 
antibiótica, antifúngica, antiviral

alil mercaptano 
hipocolesterolemiante

s-alil cisteína e compostos gama glutâmico 
hipocolesterolemiante, antioxidante, quimioprotetor frente ao câncer

sulfeto dialil 
hipocolesterolemiante

adenosina 
vasodilatadora, hipotensora, miorelaxante

fructanos (escorodosa) 
cardioprotetora

fração proteica F-4 
imunoestimulante

quercetina 
antialergênica

saponinas (gitonina F, eurobosído B) 
hipotensora, antimicrobiana

escordinina 
hipotensora, aumenta a utilização de B1, antibacteriana

selênio 
antioxidante

ácidos fenólicos 
antiviral e antibacteriana

saponinas 
anticancerígena

Esta é a contribuição do Professor Luiz Azar. Fim
8) Conclusão:

Com o sabor marcante e aroma envolvente, este pequeno alimento, parente da cebola, nos é de grande utilização. Muito usado por nós brasileiros como tempero e como remédio.
Vimos que este condimento tem enorme importância em nossas casas, não só por ser indispensável na cozinha como faz muito bem à saúde. Gripou? Tome um chá de alho.
Se você é um amante do alho, abuse do seu sabor, que assim sua saúde será privilegiada com a ação fitoterápica deste bulbo. Mas lembre-se de dar alho às pessoas a sua volta, assim ninguém irá perceber que você comeu alho também.









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