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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Cultura da Curcuma ou Açafrão da Terra



Agricultores cultivam uma planta usada como tempero e corante: o açafrão-da-terra. Além de fazer parte de receitas caseiras, o produto entra na composição de alimentos industriais como macarrão e margarina.
Agricultores cultivam uma planta usada como tempero e corante: o açafrão-da-terra. Além de fazer parte de receitas caseiras, o produto entra na composição de alimentos industriais como macarrão e margarina.
Rodeada por cerrado, por pasto e gado, Mara Rosa é mais uma cidadezinha tranqüila do norte goiano. Tem 12 mil habitantes e aquele clima gostoso do interior. Duas atrações trazem alguma fama ao lugar. A primeira é um lago bonito que se formou num antigo buraco de mineração. Quando o garimpo do ouro foi abandonado no local, a água do subsolo foi enchendo o poço - que se transformou em ponto turístico.
A principal garota propaganda da região é uma planta. Mara Rosa está no coração do maior pólo de cultivo de açafrão-da-terra no Brasil. O município ganhou até apelido: capital do açafrão.
A agrônoma Maria Mônica Domingues, da Universidade Federal de Goiás, é craque no assunto. Ela explica que o açafrão-da-terra é originário da Índia e chegou ao Brasil no período colonial. Entre os agricultores, o produto é conhecido como cúrcuma, douradinha, ou simplesmente açafrão. "Ela é prima do gengibre. Folhas bem longas. A planta mãe que emite os filhotes, essas brotações, como a bananeira. Embaixo da terra seria o rizoma, que é um caule subterrâneo. A raiz é a parte mais fininha. O produto comercial é obtido dos rizomas", explicou.
É do miolo colorido do rizoma que surge o pó de açafrão-da-terra usado como tempero e corante. Segundo estudos, o açafrão-da-terra foi trazido pra essa região do Brasil por bandeirantes e garimpeiros. Os viajantes plantavam a espécie como marcador de trilhas. Rústica, a planta da índia se adaptou bem ao cerrado.
Vale lembrar que "açafrão" também é o nome de outro tempero, comum na cozinha da Europa. Os cabinhos vermelhos são extraídos de uma flor e também podem ser transformados em pó. O açafrão europeu faz parte de receitas tradicionais como a paella espanhola. É um tempero sofisticado e muito mais caro do que o açafrão-da-terra cultivado no Brasil.
Em Mara Rosa, o plantio do açafrão é uma atividade típica de pequenos produtores. O cultivo envolve 103 famílias e ocupa uma área total de 240 hectares do município. Dona Maria Campos e o filho, Manuel, tocam o roçado, segundo o costume da região - sem adubo, sem nenhum tipo de produto químico. O plantio ocorre entre setembro e outubro e, em poucos meses, a lavoura já forma uma cobertura verde.
"Eu vou completar 65 anos, e estou firme no trabalho. Eu gosto, amo, adoro trabalhar, graças a Deus", disse Dona Maria. O filho fala da cultura do açafrão: “Não é difícil. É só a capina, a limpeza e não deixar o mato tomar conta. Não tem praga lugar nenhum".
Mas esse cultivo também tem as suas manhas. Outra família de pequenos produtores, que mora na mesma região de Manuel e Dona Maria, também lida com açafrão-da-terra há muito tempo. Seu Eurípedes conta que ele a família plantam milho, um pouco de cana, criam galinhas, umas vaquinhas de leite. E a principal fonte de renda do sítio vem dos quatro hectares de açafrão-da-terra.
Ele nos mostra a lavoura no ponto de colheita. O visual é bem diferente do roçado mais jovem que a gente visitou. É que quando chega a estiagem, a partir de maio, o açafrão-da-terra começa a secar naturalmente. "Quando ela está verde o tamanho dela é alto. E quando seca, ela deita. Toda lavoura de açafrão é esse processo", disse. Pra limpar o terreno deste tapete de palha, Seu Eurípedes faz acero e toca fogo. "Tem que ter um cuidado muito expresso, você sabe que fogo é muito perigoso fogo, queima rápido", explicou.
Um dia depois da queima, o terreno está pronto pra colheita. É o início da etapa mais trabalhosa e mais agitada do cultivo. Pai, filho, cunhado, filha - família inteira com enxada em punho. Pra desenterrar o produto não tem moleza. Depois, agachados, os produtores desfazem os torrões com a mão. Os rizomas do açafrão crescem pra todos os lados, formam uma maçaroca.
O açafrão-da-terra pode ser colhido no primeiro ou no segundo ano após o plantio. Em Goiás, a safra vai de junho a agosto. É justamente o período mais seco do ano. Com pasto fraco, gado magro e entressafra das outras culturas. "Na realidade, nessa época não tem serviço na região. Então isso foi um achado. Você plantando um hectare de açafrão você tem uma lavoura. Nas outras, isso não é nada. Pra nós, isso é um uma beleza".
Depois da colheita, o terreno deve ficar em repouso por pelo menos um ano. Por isso, os produtores separam uma parte dos rizomas pra formar outras áreas de cultivo. Quando plantados, os rizomas funcionam como sementes. Rebrotam no solo e dão origem às novas lavouras.



Açafrão da terra - curcuma longa



Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Subclasse: Zingiberidae
Ordem: Zingiberales
Família: Zingiberaceae
Género: Curcuma
Espécie: C. longa
Nome binomial: Curcuma longa Linnaeus
O açafrão-da-terra, conhecido também como curcuma, açafrão-da-índia, açafroa e gengibre amarelo, é uma planta herbácea é originária da Índia e foi introduzida no Brasil pelos colonizadores. É uma especiaria extraída da Curcuma longa, uma planta da família do gengibre (Zingiberaceae), nativa da Ásia (Índia e Indonésia). É o principal componente do tempero do caril (prato culinário) à indiana (ou curry). Sua característica principal é como digestivo e ativador da função hepática.
Da sua raiz seca e moída se extrai o pó, utilizado como condimento ou corante de cor amarela e brilhante, na culinária e no preparo de medicamentos.
Propriedades
É uma planta perene com ramificações laterais compridas. A parte utilizada da planta é o rizoma (raiz), que externamente apresenta uma coloração esbranquiçada ou acinzentada e internamente amarelada. Do rizoma saem as folhas e as hastes florais. Reproduz-se por pedaços do rizomas que apresentam gemas (olhos) com plantio em solo argiloso, fértil e de fácil drenagem. Depois da planta adaptada ao local, alastra-se, pois o rizoma principal emite numerosos rizomas laterais. É uma planta difícil de ser destruída. A colheita deve ocorrer na época em que a planta perde a parte aérea, depois da floração. Nesta fase, os rizomas apresentam pigmentos amarelos intensos.
Usos na culinária
Usado para colorir laticínios, bebidas e mostarda, em cozidos, sopas, ensopados, molhos, peixes, pratos à base de feijão, receitas com ovos, maioneses, massas, frango, batatas, couve-flor e até pães. Deve ser dissolvida em um caldo quente antes de ser incorporada a uma receita. É ingrediente essencial para acentuar o sabor e dar cor a muitos pratos da cozinha indiana, principalmente arroz.




  1. Compre raízes de açafrão-da-terra. As raízes podem ser encontradas nos supermercados asiáticos ou em viveiros online.
  2. 2
    Plante as raízes de açafrão-da-terra em solo aquecido e drenado no final da primavera, a 5 a 7cm de profundidade. Se você for plantá-las no jardim, e não em uma estufa, deixe as raízes em local de luz direta. O açafrão-da-terra cresce pelo menos 1 m de altura, então, leve em conta a planta crescida ao escolher o local de plantio.
  3. 3
    Molhe o solo onde as raízes do açafrão-da-terra foram plantadas, mantendo-o úmido. Entretanto, não permita que a água fique parada embaixo das raízes e, se plantar em uma estufa, certifique-se de que a água consiga ser drenada do solo. Por volta de dois meses após o plantio, brotos devem aparecer.
  4. 4
    Colha os açafrões-da-terra após aproximadamente 10 meses após terem sido plantados. As folhas e as hastes secarão quando estiverem prontas para serem colhidas. Para colher, comece removendo as folhas.
  5. 5
    Desenterre o açafrão-da-terra, inclusive suas raízes, com uma pá de jardinagem e limpe qualquer sujeira impregnada na planta. Se a terra ainda for visível, limpe com água até a terra escorrer. Deixe o açafrão-da-terra secar ao ar, naturalmente.
  6. 6
    Guarde o excesso de raízes de açafrão-da-terra em local fresco, sem umidade. Qualquer sobra pode ser replantada para produzir novas plantas na próxima estação.

Cultivo da Curcuma ou Açafrão da Terra


Figura 1 - Pé da cúrcuma.

Vamos alterar a ordem da publicação das postagens das ervas condimentares, porque estamos na época de plantar a cúrcuma ou açafrão da terra, em nosso hemisfério Sul.


Parente do gengibre, a cúrcuma é originária da Índia, onde é muito apreciada, sendo um dos ingredientes básicos do “curry”. Aqui no Brasil, acreditamos que a maneira de consumir mais popular é o rizoma seco, em forma de pó, utilizado ao mesmo tempo como corante e como tempero.
   
Figura 2 - Curcuma em pó comprada no comércio.

Para consumir a cúrcuma de forma natural, basta retirar a pele do rizoma e passar por um ralador fino, resultando uma pasta com cor amarelada. Essa pasta que é acrescentada no arroz, antes do cozimento, ou no preparo de peixes cozidos, também cai bem numa moqueca (preparado com leite de coco, azeite de dendê, ervas condimentares (manjericão, alecrim, orégano, etc), mais cebola, pimentão e tomate picados) de peixes ou de mariscos, um prato imbatível. A nossa moqueca é muito parecida com os preparados de peixes do Sudeste da Ásia, onde também utilizam o leite de coco, pois o nosso “Coco da Bahia” teria sido trazido pelos portugueses, daquela região.
Figura 3 - Rizoma após a colheita



Figura 4 - Corte transversal do rizoma.

O rizoma depois da colheita pode ser guardado na geladeira, dentro de um saco plástico, que vai durar vários meses, com o tempo vai perdendo a umidade, ficando murcho, mas pode ser consumido.
  
Figura 5 - Curcuma colhida na horta e ralada.
Figura 6 - Arroz branco preparado com a curcuma.

Muito se comenta das propriedades medicinais dessa planta, principalmente sobre a prevenção do Mal de Alzheimer, câncer, problemas gástricos, etc, mas como todas as plantas medicinais apresentam suas contra indicações.

Vamos ao cultivo da cúrcuma ou açafrão da terra

1. Plantio do rizoma:

O plantio da cúrcuma se inicia com o plantio de um pedaço do rizoma ou um rizoma pequeno, em torno de 5 cm, de preferencia que tenha uma ponteira intacta ou apresente alguma gema. Se cortar um pedaço de rizoma, espere 2 a 3 dias para ressecar o ponto do corte, para evitar infestação de pragas nesse ponto, quando colocado direto para plantio.
Figura 7 - Rizomas pequenos selecionados para plantio em copos
Figura 8 - Depois da emissão das primeiras folhas poderão ser replantados em vasos ou jardineiras.
Mesmo os rizomas comprados em feira, muita vezes murchos, por perda de umidade, podem ser utilizados. Nesse caso, coloque num recipiente com água ou embrulhado em um pano úmido, para que o rizoma se reidrate.

O rizoma pode ser plantado inicialmente num copo de 200 ml ou vaso de mudas de 750 ml, assim evita ocupar um vaso sem a garantia do vingamento da semente.
Figura 9 - Muda feita em vaso de mudas de 750 ml.

Pode ser plantado em vaso de mudas, com pó de coco, lembrando que os rizomas não devem ficar em ambiente demasiadamente úmido, senão pode apodrecer.

Quando iniciar a brotação, a semente (plantadas em agosto) pode ser levada para o vaso definitivo, como mostrado no exemplo (brotação ocorrido no mês de dezembro):
  
Figura 10 - Vários pedaços do rizoma foram plantados em uma jardineira de 5 litros.

Figura 11 - Desenvolvimento das mudas, depois de 110 dias do plantio dos rizomas.

Na figura acima, o início das brotações foi observado depois de 89 dias após o plantio: temos que ter um pouco de paciência.

Figura 12 - Uma das mudas foi replantada em um vaso definitivo, de 10 litros.
   
Em vasos de 10 litros, plantar no máximo 2 a 3 mudas, mantendo adubação orgânica, com boa drenagem e em local ensolarado.

2. Plantio de brotações novas

Eventualmente podem ser plantadas as brotações novas de plantas que não foram colhidas logo após o secamento das folhas. No exemplo a seguir trata-se de novas brotações que ocorreram, porque os rizomas não foram colhidos no momento certo (porque houve produção em excesso).

Figura 13 - Brotações que serão replantadas.

Figura 14 - Brotações colhidas e preparadas para plantio em copo.



As brotações podem estar acompanhadas com pedaços de rizoma ou não, mas as brotações com pedaço da rizoma (2 brotações da esquerda da figura acima) têm mais chances de vigamento.

Figura 15-  Deixar as brotações dentro de um copo com água e depois plantar em copos plásticos.
Figura 16 - Mudas anteriores plantadas em jardineira de 5 litros.
Figura 17 - Mudas anteriores plantadas em jardineira de 5 litros, já posicionadas.
Figura 18 - Foto depois de 21 dias de replantio na jardineira.

As mudas acima são justamente aquelas duas que estavam com pedaço de rizoma.

3. Desenvolvimento da Planta

Figura 19 - Depois de 32 dias de plantado no vaso de 10 litros.

Figura 20 - Depois de 59 dias plantado no vaso de 10 litros.

Nesse caso a planta recebeu cobertura morta com folhas de bambu seco, podendo ser de casca de pinus ou outro tipo, evitando proliferação de algas ou ervas invasoras.

4. Floração

Figura 21 - Depois de 113 (mês de abril) dias de plantado no vaso de 10 litros.
Figura 22 - Depois de 123 dias de plantado no vaso de 10 litros.
    
Floração bonita, um sinal de boa colheita.

5. Colheita

Depois de 283 (mês de setembro) dias plantado no vaso de 10 litros:
Figura 23 - Depois de 9 meses, as folhas ressecam e a colheita é feita.

Como as culturas que consumimos os rizomas, tubérculos ou cormos geralmente ficam no ponto de colheita entre 7 a 9 meses, depois do plantio definitivo.

Os rizomas menores podem ser consumidos ou utilizados como sementes para a próxima safra.
Ampliada a foto, observar que nas ponteiras ou gemas desenvolvidas dos rizomas maiores é que desenvolverão novas plantas.

6. Vasos, terra para o vaso e rega


As mudas podem ser plantas em vasos ou jardineiras a partir de 5 litros.

Utilize terra comprada pronta em casa especializada de horticultura ou jardinagem. Em caso de reaproveitamento de terra utilizada em cultura anterior, acrescente adubação orgânica, misturando a cada 10 litros de terra, 1 litro de adubo orgânico curtido, 2 colher de chá de NPK e 1 colher de chá de calcário, mas para esses 2 últimos produtos melhor seguir as recomendações dos fabricantes. Ideal que a terra não seja muito pesada ou seja muito argilosa, acrescentar pouco de areia de granulometria média ou grossa, podendo ser uma parte de areia mais três de terra, no caso de plantio em vasos.

Com a adubação orgânica, a terra perde menos umidade no início do replantio. Com o crescimento da planta e o consumo da matéria orgânica, a rega deve ser mais frequente.

Para um bom desenvolvimento, essa planta deve ficar em local ensolarado, como todas as plantas que apresentam folhas grandes.

A colheita pode ser iniciada quando as folhas se tornarem secas, aproximadamente depois de 9 meses do replantio em vaso definitivo.
Figura 24 - Vista das folhas secas depois de 162 dias da primeira foto.

Figura 25 - Cultivo da cúrcuma em uma jardineira de 5 litros.

Dicas

O plantio da cúrcuma se inicia entre o inverno e a primavera, coincidindo com o final do período da colheita. O rizoma não precisa ficar totalmente coberto com a terra e nem a terra ficar demasiadamente úmida, senão o rizoma apodrece. Pedaços de rizoma, em torno de 5 cm, deixados em vasos de outras culturas, mesmo sem cobertura de terra, acabam emitir brotos em época certa, em nosso Hemisfério Sul, entre a primavera e verão.

Figura 26 - Rizoma que ficou em um vaso de nirá e que enraizou e emitiu brotação.

O Rizoma foi coletado para plantio em outro vaso.
   
Figura 27 - Replantio em outro vaso.
Figura 28 - Brotação de um pedaço de rizoma que ficou dentro de um vaso de carambola.

Depois da lavagem da colheita a muda pode ser replantada em outro vaso.

Na colheita da cúrcuma foi observado que além do rizoma a planta apresenta raízes longas, sendo que na extremidade de algumas dessas raízes com tubérculos brancos.



Figura 29 - Rizomas e tubérculos na extremidade de algumas raízes.




Figura 30 - Rizomas e Tubérculos na extremidade de algumas raízes.

Figura 31 - Corte do tubérculo.



A função desse tubérculo pode ser de armazenar água e nutrientes nas estações mais secas, será?
Figura 32 - Muda em jardineira de 5 litros, após 127 de replantio.

É possível cultivar a cúrcuma em jardineira de 5 litros. Apresentamos um exemplo da mesma jardineira que foram feitas mudas do item 1.

  
Figura 33 - Colheita dos rizomas plantados em jardineira de 5 litros.

Figura 34 - Colheita dos rizomas plantados em jardineira de 5 litros – outro ângulo.
Figura 35 - Rizomas plantados em jardineira higienizados.

Após 344 dias, os rizomas estavam prontos para consumo.






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