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domingo, 9 de agosto de 2015

Cultura do Cravo-da-Índia, Usos e Benefícios




Séculos atrás, nas ilhas onde se encontravam os condimentos do Extremo Oriente, os cravos-da-índia eram tão disputados que as nações européias se envolviam em duras guerras comerciais. Os holandeses ganharam o monopólio ao destruir todos os craveiros-da-índia, exceto aqueles que cresciam em uma ilha que eles possuíam, Ambon.


Finalmente, a França quebrou o monopólio e, no começo do século XIX, os cravos-da-índia já eram cultivados em plantações em muitas regiões tropicais.

No Brasil, o cravo-da-índia é cultivado em regiões quentes. Os cravos-da-índia são, na realidade, os botões florais de uma árvore da floresta tropical.

A maior parte dos cravos-da-índia é destinada à culinária, mas uma grande quantidade é mandada para fábricas de processamento para extração do óleo essencial, que é rico em eugenol e acetato de eugenila.

O óleo do cravo-da-índia é muito utilizado na odontologia em restaurações e no tratamento após a extração de dentes. O odor penetrante do cravo-da-índia é também empregado em sabões, loções e pastas de dente.

Por apresentar qualidades anti-sépticas e anódinas (alivia a dor), há muito que os cravos-da-índia vêm sendo empregados na medicina popular.

Gerações de curandeiros populares e de dentistas têm prescrito cravos-da-índia ou seu óleo contra dor de dente. A tintura dos cravos-da-índia também cicatriza infecções por fungos, como pé-de-atleta e outras dermatoses. 


Conheça os benefícios do cravo da Índia para a boa forma e saúde


Os benefícios do cravo da Índia devem-se às suas propriedades antissépticas, cicatrizantes, antifúngicas, antibacterianas, antioxidantes, analgésicas e anti-inflamatórias. O óleo extraído do cravo da Índia age contra gases e inchaço. Reduz a pressão de gás no estômago, auxiliando na eliminação adequada dos alimentos e toxinas. Também é eficaz contra náuseas, soluços, enjoo e vômitos. É indicado ainda para manter a saúde bucal, aliviando dores de dente e nas gengivas. Vamos ver para que serve esta especiaria?

1. Circulação sanguínea

O óleo extraído de cravo da Índia atua na circulação sanguínea, melhorando seu fluxo e auxiliando, por consequência, todo o organismo. O extrato também ajuda a nutrir a pele e melhorar o sistema imunológico ao purificar o sangue.

2. Expectorante

O chá de cravo da Índia atua como expectorante, soltando o muco presente na garganta e no esôfago.

3. Analgésico e antisséptico

eugenol, antisséptico natural presente no cravo, auxilia na eliminação das marcas de acne, proporcionando também o equilíbrio da pele e evitando o surgimento de rugas. O chá de cravo da Índia pode ainda amenizar dores de cabeça, cólicas menstruais, candidíase oral, baixar a febre, aliviar dores de dente e inflamações de garganta. É também um bom remédio caseiro para infecções, queimaduras e feridas.

4. Acelera o metabolismo

Dentre os benefícios do cravo da Índia ainda estão a aceleração o metabolismo, promovendo o aumento da produção de saliva e dos líquidos responsáveis pela digestão, auxiliando na queima rápida de gordura.

5. Digestivo

O cravo da Índia melhora o poder de digestão, aumentando as secreções de enzimas gastrointestinais. Assim, ajuda a aliviar problemas de indigestão e prisão de ventre. Também ajuda em casos de náuseas e mal-estar estomacal.

6. Alívio da tosse

Em função das propriedades do cravo da Índia expectorantes, este é ótimo para aliviar a tosse. Neste caso, é recomendável adicionar a especiaria no chá e consumir até o alívio da tosse.

7. Músculos

O cravo da Índia reduz os espasmos musculares e ajuda a aliviar os músculos no caso de cãibras.

8. Antioxidante

O cravo da Índia atua como excelente antioxidante, que combate os radicais livres e ajuda a evitar danos na pele. Possui grande capacidade de liberar hidrogênio e reduzir consideravelmente a peroxidação lipídica, que é a quebra das gorduras poli-insaturadas.

9. Antisséptico bucal

O chá de cravo da Índia é usado no tratamento de bactérias encontradas na boca e no estômago. Sua função antisséptica também age na eliminação do mau hálito. Estes benefícios do cravo da Índia o fazem ser utilizado ainda como ingrediente em pastas de dente. Possui ação comprovada também contra dor de dente e nas gengivas e contra as cáries.

10. Bom funcionamento da tireoide

A especiaria ajuda quem sofre de hipotireoidismo ou hipertireoidismo e atua também na prevenção do surgimento dessas disfunções de tireoide.

11. Controle do colesterol

O cravo da Índia ajuda também no controle do colesterol ruim, sendo ainda bom antiviral e antifúngico.

12. Anti-inflamatório

O eugenol presente nas propriedades cravo da Índia atua como substância anti-inflamatória. Estudos em animais mostraram que a utilização do cravo em algumas dietas reduziram significativamente os sintomas da inflamação. A especiaria ainda contém uma variedade de flavonoides, que também contribuem em suas propriedades anti-inflamatórias.

Contraindicações

O consumo de cravo da  Índia é contraindicado para mulheres gestantes ou em fase de lactação, além de crianças menores de seis anos e pacientes com problemas gastrointestinais e doenças neurológicas. Também deve ser evitado o seu uso exagerado, e a sua aplicação em zonas mucosas irritadas. A aplicação excessiva do óleo pode causar irritação na pele.
Cultura do Cravo-Da-Índia
CRAVO-DA-ÍNDIA
O cravo-da-índia (Syzygium aromaticum L.) é da família Myrtaceae, é uma árvore de grande porte, chegando atingir de 12 a 15m de altura e o seu ciclo vegetativo alcança mais de cem anos.
No Brasil, praticamente apenas a Bahia produz esta especiaria de forma comercial na Região do Baixo Sul, representada pelos municípios de Valença, Ituberá, Taperoá, Camamu e Nilo Peçanha, sendo estes os principais produtores e mais ao Sudeste o município de Una. De acordo com o Centro de Extensão Rural da Ceplac, a área plantada é estimada em cerca de 8.000 hectares e produção de 4.000 toneladas. Ë uma cultura de grande importância sócio-econômica para os municípios produtores, visto que a maioria dos agricultores que cultivam o craveiro é de mini e pequenos produtores. O seu produto de valor comercial é a flor desidratada de largo uso na culinária brasileira, na medicina e na perfumaria.

CLIMA E SOLO
O cravo-da-índia para o seu pleno desenvolvimento e boa produção exigem temperatura média em torno a 25° C, umidade relativa não muito elevada e índice pluviométrico acima de 1.500 mm bem distribuídos. A planta se desenvolve bem em áreas próximas ao litoral, até a altitude de 200 metros sobre o nível do mar. Os solos mais recomendados são os argilo-silicosos, profundos, de boa fertilidade, permeáveis e bem drenados. Evitar solos de baixada e sujeita a alagamento.

PREPARO DE MUDAS
A multiplicação do cravo-da-índia até o momento é feita unicamente através de sementes. As sementes conhecidas como dentão, são colocadas em recipiente com água, por um período de 24 horas, para facilitar a retirada da casca externa ou mucilagem. Após a retirada da casca, distribui as sementes em fileiras no canteiro separadas uma da outra em média 2 cm. A semente deve ser colocada na posição deitada e coberta com 1 cm de terra, tendo-se o cuidado de irrigar diariamente. O canteiro deve ser coberto com folhas de palmeira com luminosidade de 50%. A germinação ocorre com 15 a 20 dias após a semeadura e as mesmas devem ser transplantadas quando as mudinhas alcançarem a altura de 10 cm. Outro método é o plantio direto das sementes nos sacos plásticos. As mudas estarão prontas para o plantio definitivo com 10 meses da semeadura.

PLANTIO
A melhor época para o plantio no local definitivo é de abril a julho, pois são os períodos mais chuvosos no Sul da Bahia. As mudas devem ser selecionadas e plantadas as mais vigorosas e bem formadas, com aproximadamente 30 a 40 cm de altura. Os espaçamentos utilizados são 8 x 8m, ou 10 x 10m, dependendo da fertilidade do solo; covas de 40 x 40 x 40cm, abertas e adubadas 30 a 45 dias antes do plantio. Imediatamente após o plantio, as mudas devem ser sombreadas, utilizando material disponível, com folhas de palmeiras, a fim de protege-las da ação direta dos raios solares.


TRATOS CULTURAIS
Controle de plantas daninhas - Ë importante que a cultura seja mantida livre da concorrência de ervas daninhas, principalmente na fase inicial do cultivo, onde se recomenda de 4 a 6 coroamentos no ano, feito em volta da planta a uma distância de 1 a 1,5m e de 2 a 3 limpas.
Adubação - Para a prática de adubação é recomendável fazer a análise química dos solos. Na cova de plantio colocar de 2 quilos de torta de mamona e 150 gramas de superfosfato simples. Após 6 meses, sugere-se aplicar em cobertura 200 gramas da fórmula A (11 – 30 – 17). No quarto ao quinto ano em diante, utilizar 1 quilograma da formulação indicada.
Controle de pragas - A praga de maior importância da cultura, principalmente em craveiros novos é a formiga saúva e deve ser combatida sistematicamente com formicida granulado ou em pó. A Broca do Caule ataca esporadicamente e deve ser controlado com inseticidas específicos para esta praga.
Doenças e seu controle – No Sul da Bahia o cravo-da-índia é cultivado há bastante tempo e até o momento, não tem registro de doenças que possam limitar o cultivo. As doenças que ocorrem sem ainda causar grandes danos são: Podridão Vermelha da Raiz, causada pelo fungo (Gonoderma philippii) cujo sintoma é a seca parcial das folhas e apodrecimento das raízes com mudança de coloração marrom-avermelhada. O controle é feito com a erradicação das plantas afetadas e aplicação de dois quilos por planta de calcáreo dolomítico, nas plantas circunvizinhas. Morte Descendente e Mancha Foliar, causada pelo fungo (Colletotrichum sp.), os sintomas visuais se caracterizam pela seca dos ramos e queda das folhas. O controle é feito com fungicidas à base de cobre.

COLHEITA
A planta inicia a produção com quatro anos de plantio, tornando-se econômica a partir do sexto ano, o período de colheita varia de acordo as condições climáticas. A época de colheita estende-se de setembro a fevereiro. Utiliza-se dois métodos de colheita, o manual e o químico. A colheita manual é a mais comum e utilizada pela maior parte dos produtores. O botão floral que é o produto comercial é colhido quando atinge o ponto de maturação que antecede a abertura da flor. A colheita manual do cravo-da-índia onera a exploração do cultivo em cerca de 50 % do custo total. Esse custo elevado é resultado de uma série de problemas enfrentado no processo de colheita manual:
· Exigência de grande contingente de mão-de-obra, por um período curto, dada a urgência da colheita. Quando ultrapassado o ponto ideal de maturação, o produto perde grande parte do seu valor comercial.
· Os craveiros são árvores de grande porte (8 a 15 m de altura) e os botões florais se localizam na periferia da copa, fora do alcance dos trabalhadores na época da colheita.
· O uso de escadas de madeiras na colheita manual oferece riscos de acidentes para os trabalhadores.
· Durante o processo da colheita manual, os ramos florais e galhos são quebrados pelos colhedores, que acaba danificando as árvores.
Esse conjunto de problemas levou a pesquisa a desenvolver um sistema alternativo de colheita, economicamente viável, com menor dependência de mão-de-obra e tempo e com maior segurança para os operários.

COLHEITA QUÍMICA
A colheita química consiste na utilização de fitohormônio, conhecido comercialmente como Ethrel, já testado pela CEPLAC, e que mostrou eficácia quando usado na colheita química. O produto aplicado atua na planta liberando etileno no tecido vegetal, provocando o amadurecimento precoce e mais uniforme dos botões florais, induzindo a queda dos mesmos. Ë importante ressaltar que esse sistema de colheita não traz nenhum prejuízo à saúde humana e ao meio ambiente, uma vez que o etileno é um hormônio natural produzido pelas plantas. O uso do Ethrel apenas permite o fornecimento adicional de etileno, sem deixar resíduos nos botões florais.
O equipamento de pulverização, “mangueira e lança” foi desenvolvido e testado por uma equipe de pesquisadores responsáveis pela área de tecnologia de aplicação de agroquímicos da Ceplac e pela EBDA. O sistema é composto por um motor de quatro tempos, com potência mínima de 2,5 hp, com sistema hidráulico com bomba de pistões Yamaha LS 524 C com capacidade de 17 l/min e pressão máxima de 400 lb/pol2, acoplada a unidade de força do motor. O sistema foi projetado com capacidade de 100 metros de mangueira 3/8 pol. O que possibilita tratar 3 ha de craveiros ( cerca de 300 árvores) . O rendimento na colheita é de 60 a 80 plantas por dia de trabalho, cerca de 240 a 320 kg de cravo, bastante superior ao método tradicional de colheita que alcança 10 plantas por dia de trabalho com cerca de 40 kg de cravo. De acordo com os pesquisadores, o novo equipamento, que custa em média R$ 2 mil, permite a colheita química do cravo, acabando com todas as desvantagens da colheita tradicional.

Fonte - CEPLAC




Como é Feito o Cultivo


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