google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES: Material de Propagação da Batata Doce

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Material de Propagação da Batata Doce



Para implantação de uma lavoura de batata-doce, o produtor tem três opções paraobter novas plantas: 

a) por meio de batatas, que consiste em promover a brotação de batatas selecionadas, utilizando-se posteriormente estas brotações inteiras, (Figura 1 e 2) denominadas de mudas, ou segmentadas, denominadas de ramas-semente (Figura 2a); 
b) retirando-se ramas-semente ou estacas de uma cultura em desenvolvimento (Figura 2b); 
c) cultivando-se uma área como viveiro de mudas (Figura 2c).

Ramas-semente contendo seis a oito entrenós (cerca de 30 cm) são comumente utilizadas na formação de lavouras comerciais. As ramas devem ser retiradas das partes mais novas do caule, até cerca de 60 cm da extremidade, por se enraizarem mais rápido e também por serem menos contaminadas por pragas e patógenos, especialmente os fungos localizados no solo.
A produção de ramas a partir de batatas é utilizada apenas em locais com inverno muito rigoroso, quando não se tem a opção de obter material de reprodução em lavouras em crescimento no campo. Assim, para se ter material logo no início do período quente, pode-se iniciar o cultivo das batatas de 90 a 110 dias antes do plantio. O processo se inicia com a obtenção de batatas selecionadas de uma variedade adaptada às condições agroclimáticas do local e à época em que se pretende instalar a cultura. As batatas devem ser uniformes e devem apresentar o mínimo de defeitos.
As batatas são colocadas em leiras distanciadas de 80 cm ou em canteiros, espaçadas em pelo menos 10 cm entre si. As batatas devem ser cobertas com cerca de 3 cm de terra. O canteiro ou as leiras devem receber irrigação, mas devem ser mantidos com baixa umidade, a fim de evitar apodrecimento das batatas. Em locais de inverno muito rigoroso, pode-se ainda promover o aquecimento dos canteiros construindo-se um túnel baixo com plástico transparente.
Quando as brotações atingem cerca de 30 cm, são cortadas a 2 cm da superfície do solo, evitando danificar as brotações menores. Estes segmentos devem ser tratados com inseticida e fungicida, antes do plantio na área definitiva. A retirada das brotações maiores favorece a formação de novos brotos, pela redução do efeito de dominância apical, permitindo pelo menos dois cortes de ramas, com média de 20 ramas por raiz. Nessa proporção, para formar um hectare de lavoura são necessários cerca de 300 kg de batatas com massa média de 200 g.
Em regiões em que o clima do período de inverno não é restritivo ao crescimento das plantas, a opção mais barata para se obterem ramas-semente consiste na remoção dos ponteiros das ramas, de lavouras em crescimento, devendo estes terem cerca de 60 cm, ou seja, deve-se retirar até duas ramas-semente a partir do ponteiro. Estes segmentos de ramas devem então ser tratados com fungicidas e inseticidas e plantados no local definitivo.
As ramas-semente devem ser retiradas quando as plantas tiverem 2 a 3 meses. Nesta fase, elas estão em pleno crescimento vegetativo, e a retirada dos ponteiros não prejudica a produção, pois as folhas remanescentes são suficientes para dar continuidade ao desenvolvimento da planta, e ocorre rapidamente a formação de novas ramas.
As primeiras raízes que se formam a partir de gemas que surgem dos meristemas dos nós e na região cambial localizada entre o cortex (casca) e o tecido lenhoso. O surgimento de gemas na região do corte é facilitado por que o tecido meristemático é exposto quando se faz o corte para a remoção do segmento de rama das plantas matrizes. Por isso, as primeiras raízes se formam nos cortes ou nos nós e, posteriormente, em outras partes do entrenó ou a partir da ramificação das raízes já formadas.
A transformação dos tecidos meristemáticos em pontos de crescimento de gemas radiculares dura cerca de três dias. Neste período, denominado pelos produtores como descanso, as ramas devem ser colocadas em um local fresco e úmido, evitando-se, em parte, a sua desidratação no campo.
Para a produção com nível de tecnologia mais avançado idealizou-se uma sistema para produção de mudas isentas de patógenos, a partir de plantas matrizes que tenham passado por termoterapia e cultura de tecido meristemático, num processo semelhante ao que se utiliza para batata (Solanum tuberosum).
As plantas matrizes livres de patógenos devem ser mantidas em viveiros protegidos com tela à prova de insetos, de onde se obtêm plantas que podem ser reproduzidas por mais dois ciclos em campo, de onde são retiradas as ramas para o plantio comercial. A taxa de reprodução é, em média, de cinco ramas-semente (estacas) por corte, por cada planta em viveiro. O primeiro corte é feito após dois meses do plantio, e mais um ou dois cortes podem ser feitos a cada mês. O número de ciclos é limitado a dois, devido à ocorrência da degenerescência. Inicialmente, as plantas sadias produzem mais do que o dobro das plantas obtidas de lavouras comerciais, mas a partir do terceiro ciclo, o número de plantas que se recontaminam é tão grande que a produção passa a ser semelhante e até inferior ao sistema tradicional de utilização de ramas obtidas em outras lavouras (CARVALHO, 1990; DUSI; SILVA, 1991; POZZER et al, 1993).
Utilizando-se esse processo, para o cultivo de um hectare com 30.000 plantas, são necessárias 6.000 plantas em viveiro de segundo ciclo, que deve ocupar uma área aproximada de 2.000 m2, além de 400 m2 de viveiro em primeiro ciclo e 80 m2 de área útil em telados. Os viveiros devem ser instalados em áreas isoladas dos campos de produção, mas ainda não se tem um parâmetro para esse isolamento. Essa opção ainda não está em uso no Brasil, mas já existem plantas sadias à disposição de quem queira realizar este investimento, que corresponde a um custo relativamente baixo.
Para realização de trabalhos de pesquisas são utilizados ainda os métodos de enraizamento de folhas (MARTIN, 1982); a micropropagação in vitro (LOVE et al., 1987; PETERS et al., 1989); e a cultura de protoplasma seguida do encapsulamento dos embriões para se obter sementes sintéticas (TORRES et al., 1999).
Quanto à remoção ou não das folhas das ramas-semente, estas folhas se destacam da rama em alguns dias após o plantio e, como o enraizamento ocorre em três a cinco dias, não se justifica a execução de tal trabalho, embora as folhas se constituam superfície transpirante que favorece a desidratação das ramas.
Havendo umidade no solo, a porcentagem de pegamento é alta, não justificando o replantio. Contudo, se morrem mais de 10% das ramas-semente, então deve-se realizar a substituição das ramas, cerca de dez a quinze dias após a implantação da lavoura






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