Nomes Populares:Bálsamo-do-Jardim, Maria-sem-Vergonha, Balsamina, Alegria-do-Lar, Impacientes.
Família:Balsaminaceae.
Origem: Sudeste da Ásia (China, Índia).
Descrição: Planta herbácea, anual, que pode atingir alturas dos 20 aos 80 cm, possui caules flexíveis, de cor verde. As suas folhas são de cor verde médio, lanceoladas, dentadas, ovais a elípticas oblongas. As flores de Impacientes são circulares, espalmadas, axilares, simples ou dobradas e produzem uma variedade enorme de cores com excepção do azul. Os seus frutos são cápsulas deiscentes.
Sementeira:No interior a uma temperatura de 18 a 21 Cº no final do Inverno, ou na Primavera no local definitivo desde que o solo esteja quente. Não cobrir as sementes de Impatiens pois elas necessitam de luz para germinar.
Crescimento: Muito rápido.
Transplantação:Primavera
Luz:Sol ou meia-sombra.
Solos: Muito permeáveis, frecos, ricos em húmus, ácidos ou neutros.
Temperatura:Zonas temperadas a quentes. Sensível ao frio. Proteger do vento
Rega: Regular, manter solo húmido mas não encharcar.
Adubação:Adubar todas as semanas na altura da floração com um fertilizante equilibrado (5:10:5). Nos vasos utilizar um composto rico á base de marga.
Floração: Verão/Outono
Pragas e Doenças: Algumas lagartas e fungos.
Multiplicação: Semente
Aplicações: Canteiros, bordaduras, orlas e vasos.
Propriedades Medicinais: estomacal, emética, catártica e diurética.
Indicações:disfagia, amenorréia, distocia e fraqueza em geral. As sementes são vermífugas.
Parte utilizada: folhas, caule e ramos.
Contra-indicações/cuidados: o suco do caule é considerado tóxico.
Modo de usar:15 a 30g/chávena.
PLANTAS QUE CURAM
BALSAMINA
Impatiens balsamina.
Descrição : Planta da família das Balsaminaceae, também conhecida como bálsamo do jardim, beijo de frade, ciúmes, maravilha, melindre, não me toques, suspiro.
Curiosidade : Se houver espaço em seu jardim, é muito bom manter um pequeno canteiro de balsamina, pois os pintassilgos sempre deixam cair algumas sementes.
A planta tem três vagens que a recomendam a beleza das flores, a disponibilidade constante como remédio contra o sumagre-venenoso e a certeza da visita anual dos pintassilgos.
Parte utilizada: Folhas, caule e ramos.
Habitat : É uma planta nativa da América do Norte, onde cresce de costa a costa e desde o México até o Canadá.
também é encontrada em algumas regiões ao sul da Inglaterra. John Burroughs ( o naturalista e ensaísta estadunidense. ) descreveu, em 1875 : "Nossas belas balsaminas aparecem recentemente ao longo de alguns rios ingleses."
Propriedades medicinais: Estomacal, emética, catártica e diurética.
Indicações: Disfagia, amenorreia, distocia e fraqueza em geral. As sementes são vermífugas.
Contraindicações/cuidados: O suco do caule é considerado tóxico.
História natural. Reconhece-se Solanum tuberosum pelos seus tubérculos oblongos e arredondados, sem caule herbáceo, cilíndrico, estriado, ramoso, um pouco felpudo, alto, de quase 2 pés, carregado de folhas aladas, esverdeadas, compostas de 5 a 6 folíolos de tamanho desigual, ovóides, pontudas e inteiras. As flores nascem em cima dos ramos, dispostos em corimbo, são de cor branca, avermelhada, azulada ou arroxeada, formadas de um cálice de 5 divisões, de uma corola em roda, limbo aberto em 5 lóbulos, 5 estames e 1 estilete. O ovário é representado por uma baga globulosa mole de vários septos, contendo sementes pequenas e redondas. Este precioso vegetal reputa-se oriundo do Sul América. “Lê-se no Jornal do Instituto Real de Londres nº 8 que D. José Pavon, autor da Flora Peruviana, achava a batata cultivada em grande abundância pelos naturais do Chile que a denominam Papas, assim como no Peru dizem que provém dos bosques perto de Santa Fé de Bogotá. O fato é que ela foi levada do Peru para a Carolina do Norte, na América pelos espanhóis, no meio do século XVI e que, mais tarde, o almirante Walter Raleigh a trouxe do estado da Virgínia para a Inglaterra, no reinado de Elizabeth, de onde se espalhou para o resto do continente europeu. O Solanum tuberosum foi descrito pela primeira vez por Gaspar Bauhin. No fim do século passado, pelos cuidados de Parmentier, no reinado de Luis XVI a cultura da batata tornou-se geral em França. Antes, a planta era desprezada a ponto de ser comida vulgar do gado. Hoje, isso mudou e, como diz o Riedel no Manual do Agricultor Brasileiro, p. 56, é talvez o presente de maior monta que o novo continente tenha feito aos seus descobridores pois que, com o sucesso deste tubérculo, a Europa já está salva daquelas fomes horrendas que em tantas épocas a tem açoitado”. Distinguem-se variedades de batatas pela forma, pela cor, pelo tamanho e pelo gosto. Existem variedades de cores brancas, amarelas, encarnadas, roxas; formas redondas, compridas ou achatadas, as quais se reproduzem independentemente do solo, da cultura e da exposição. A mais vigorosa é a batata, cuja cor vermelha, penadiada torna-se, pois, cor de linhaça. É a variedade mais fecunda, que prospera em todos os terrenos e, sobretudo, nas terras arenosas. A branca é também muito produtiva e de excelente sabor, uma espécie querida dos irlandeses e que recebemos em grandes porções da Corte e de outros portos. A cultivada no Brasil se chama Batata inglesa, todas as variedades do Solanum tuberosum, porque agora as cidades marítimas são supridas deste gênero especialmente pela Inglaterra. A espécie achatada e arredondada, amarela, cujas folhas são crespas e as flores em forma de penacho, provém de Nova Iorque. Muitos dão-lhe a preferência por ser suculenta e de delicado sabor. A espécie vermelha redonda provém da América do Norte, onde é muito cultivada. Sua polpa é firme, fina e fornece farinha em abundância. A variedade vermelha oblonga algumas vezes apresenta-se um pouco acre. A variedade vermelha pequena é de boa qualidade. A batata roxa foi levada da América para a Holanda. A corola e o cálice têm cor arroxeada, a superfície dos tubérculos é * coalhada de pontos roxos e amarelados. A batata pequena ou chinesa tem talos delgados, folhas de cor verde claro, flores *, tubérculos pequenos irregulares arredondados, de sabor açucarado e agradável. A espécie vermelha de corola branca produz mais que todas as outras espécies conhecidas. Seus tubérculos são de sabor delicado, e ela merece a maior preferência por parte do lavrador e * que cultivam mantimentos. “A batata dá colheitas abundantíssimas em terrenos onde o trigo não produz. Já os habitantes de grandes províncias a têm, por esta razão, substituído o pão, e nas outras tem grande função no sustento diário dos homens e do gado. A batata se dá muito bem à beira-mar do Brasil, porém nas regiões de Serra acima e províncias meridionais não cede a palmas, pela abundância da quantidade da colheita às de importação. O território da colônia Suíça de Morro Queimado (Nova Friburgo) tem particularmente terreno favorável para plantar o Solanum tuberoso com os mesmos preparos que necessita a mandioca, porém, no cabo de 3 a 4 meses, recompensa grandiosamente o trabalho que ocasionou” (Riedel, Manual do Agricultor do Brasil, p.56). Todas as variedades ou espécies de Solanum tuberosum encerram princípios nutrientes que diferem unicamente pelas proporções. As brancas são geralmente mais produtivas, as vermelhas são mais sápidas e conservam-se por mais tempo. As amarelas são de gosto mais delicado. A qualidade do solo influi diretamente sobre a quantidade dos tubérculos, mas se o terreno for arenoso ou lígneo mais sápida e suculenta será a batata. Multiplicam-se as batatas por estaca, por mergulho e por semeada. Este último processo, apesar de levar mais tempo, é o que se deve preferir. Colhem-se as sementes das melhores qualidades para serem semeadas.
Análise Química. Segundo a análise de Vauquelin, o Solanum tuberosum contém asparaginas, albumina vegetal, *, ácido tartárico, uma matéria fibrosa e alguns sais. O suco da batata contém albumina colorida, extrato de cal, asparagina, uma resina amarga aromática e *, fosfato de potassa, de cal, ácido cítrico, citrato de potassa, enfim uma matéria animal particular. Os únicos * da batata de sabor marcado são a resina e a matéria animal; também são os únicos corados. O aroma e o sabor da batata assada debaixo de cinzas quentes no seu próprio suco referem-se a estes dois princípios. Mr. Peschier retirou goma e açúcar da fécula da batata inglesa. A batata contém por libra 11 onças e ½ de água de vegetação, 2 e ½ de fécula, 1 onça e duas oitavas de extrato salino, seis oitavas de fibra. A batata secada no forno não tem mais o mesmo peso, perde uma quinta parte. Partida em talhadas e secando-as, estas ficam transparentes oferecendo consistência e aparência córnea. O parênquima da batata, segundo Marcet (Annaes de chimica p. 32 T. 36), é composto de carbono, oxigênio e hidrogênio. Boussingault tem feito a análise da folhagem da planta, a qual encerra além dos 3 princípios encontrados no parênquima, maior porção de azoto de sais e terras. As cinzas da batata são compostas de silicium, cal e magnésia e barro, segundo Buckert (Annales de Chimie T. 22 p.94); contém ácido sulfúrico e fosfórico com maior porção de soda do que potassa, segundo Vogel (Annuaire de 1849). Os talos da batata são compostos de sais alcalinos e de matérias insolúveis. Os sais encontrados na batata são de carbonato de potassa, sulfato de potassa e muriato de potassa, fosfato de cal, silício e areia, carbonato de cal e magnésia e carvão (Ann. de phy. et Chi. T.32).
Propriedades. A batata proporciona uma alimentação suave, substancial e de fácil digestão. As experiências de Pfaff, lente de química de Kiel e de Vibourg de Compenhague, as de Parmentier e de Enihoff confirmam que as partes constituintes que dominam na batata são a fécula e o glúten, de onde resulta a sua propriedade de nutriente. É segundo a porção de fécula que ela contém que se declara a sua madureza. As batatas cuja fécula predomina sobre o glúten tomam, sendo cozidas, um aspecto farinhento. As que são cozidas permanecem duras, encerram muita albumina e maior porção de glúten que de fécula. Prevalece o uso da batata como alimento, e até mesmo é recomendada uma alternativa como valioso antiescorbútico. A sua cultura propaga-se dia a dia no Brasil, do mesmo modo que se mantém no maior auge em todas as outras regiões do Norte América e da Europa para o sustento alimentar de todas as classes. Se ela nutre menos que o pão de trigo, é questão supérflua, uma vez que se sabe quanto é mais barata. “As batatas consideradas como alimento costumam coser-se antes de serem empregadas na maior parte dos seus usos. Esta operação pratica-se entre nós introduzindo-as em um vaso com água que se faz ferver o tempo necessário para sua cozedura” (Auxiliador, t. 21, nova série, 1846). Cozem-se a vapor em panela, vaso de ferro ou folha de flandres e depois fabricam-se pães e outras massas alimentares. Os alemães costumam fabricar queijo com a adição de massa de batata cozida a vapor. A farinha seca de batata com toda a sua substância nutriente encontra na arte culinária uma multidão de aplicações. Preparam-se bebidas saborosas, delicados pratos de meio e temperam-se com a mesma molhos que tornam-se mais nutritivos. * tornada no * adquire o agradável sabor de batatas assadas; diluída em caldo ou em leite fervido, fornece alimento e bebida saborosa. Cadet de Vaux a misturava com a preparação do chocolate, o que o tornava mais leve. Nas artes, faz-se uso hoje das batatas em grande escala: prepara-se com as batatas uma cola que gruda à perfeição, faz-se com elas uma tinta boa para pintar; as flores misturadas com óleo e alvaide dão uma boa cor amarela que se aplica para tingir. Cadet de Vaux assevera que a batata pode substituir o sabão para a lavagem de roupa (Journal de Pharmacie t.6), Enfim, nas artes a fécula substitui em uma multidão de casos a goma e serve para colar os panos de linho para fazer papel, para infinitos objetos da indústria. A batata é planta sem igual para a economia rural e doméstica, não só os tubérculos nutrem os homens, mas ainda servem para o sustento do gado. O leite das vacas torna-se mais abundante, em nata, se ingerido diariamente com batatas cruas ou cozidas. São o melhor alimento para porcos, carneiros, aves domésticas e mesmo para os cavalos. Na arte culinária, cada dia se revela uma nova descoberta para utilizar a batata inglesa. Quer cozida, quer assada, ela transforma-se em centenas de saborosas iguarias, como foi visto no célebre banquete de 1844 dado em Munique para festejar o aniversário de sua introdução na Europa pelo almirante Raleigh. O emprego medicinal da batata não é menos proveitoso do que seu emprego alimentar. Raspa-se o tubérculo cru que serve assim de cataplasma refrigerante sobre as queimaduras. Cozida e reduzida a uma massa mole a batata constitui excelente cataplasma maturativa. O Dr. Nauche assevera que o cozimento de batata branca é bom laxativo, que a batata vermelha é adstringente e que a última convém nos casos de afecções catarraes crônicas da bexiga e dos intestinos. Recomendam-se o xarope e a tintura alcoólica de batata em lesões de fígado como desobstruintes. O Dr. Nauche obtinha maior proveito em pedilúvios quando usava água fervente da batata raspada crua, em vez dos pós de mostarda. A opinião de G. Bauchin acerca de sua virtude afrodisíaca não tem fundamento. A opinião relativa a sua virtude antiescorbútica provém unicamente de dar a batata como comida *** e não por conter em si princípios ou agentes que curam o escorbuto. Há pouco tempo que se noticiou na Rússia que o seu uso era capaz de fazer expelir o tumor, porém o fato coligido (Boletim da Academia de Medicina de Paris, maio, 1841), é um pouco duvidoso. Parmentier acreditava que o uso das batatas * o como das urinas e que assim se tornava proveitoso. As folhas do Solanum tuberosum são aconselhadas em cozimentos e injeções como calmantes, em casos de inflamações dos órgãos urinários. Fazem-se delas cataplasmas para resolver ou madurecer tumores glandulosos, ou acalmar hemorróidas. Os botânicos e lavradores lisonjeavam-se de se achar a batata livre de enfermidades, porém Martius noticiou no dia 16 de agosto de 1842, à Academia de Ciências de Paris que um fungo microscópico, o Fusisporium solani, tomava conta dos tubérculos e os tornava duros como pedras. A moléstia propagou-se no inverno de 1845 por toda a Europa, havendo sido o frio dos maiores. Já antes Boussingault e A. d’Orbigny haviam assinalado uma enfermidade que desde tempos remotos acometia a batata nos Andes e na Bolívia quando as chuvas eram recorrente. Ao farmacêutico Joseph Bonjean de Chambery cabe a glória de haver melhor patenteado a natureza da enfermidade na sua monografia da Batata publicada em 1846, analisando as várias opiniões dos mais ilustrados sábios do dia, os quais referem à presença de fungos; outros, à gangrena seca; alguns à existência de vermes e à fermentação pútrida, as alterações orgânicas da batata. Essas moléstias das batatas fizeram com que se indagasse melhor o álcali que elas contêm e a solamina, veneno ativo descoberto em 1821 pelo Desfess* e que resultou das novas pesquisas feitas sobre as batatas uma análise completa que transcrevemos da obra do Sr J. Bonjean p.97: 1° Fécula 0,16; 2° Matéria animal particular 009; 3° Resina amarga aromática009; 4° Parênquima ou matéria fibrosa 009; 5° Solamina 009; 6°Asparagina 009; 7° Albumina corada 009; 8° Princípio açucarado 009; 9° Princípio gomoso 009; 10° Extrato de cal 009; 11° Extrato de potassa 009; 12° Fosfato de cal 009; 13° Fosfato de potassa 009; 14° Ácido cítrico livre 009; *, *, *, 17° magnésia 009; 18° manganesa 009; 19° óxido de ferro 009; *, *, 22° * de vegetação 0,75 = 1
Nas cultivares para consumo de mesa, as características apontadas como essenciais para o mercado atual brasileiro são: a aparência de tubérculo, película lisa e brilhante, formato alongado, gemas superficiais, polpa de cor creme ou amarela e resistência ao esverdeamento. Nas cultivares que se destinam ao processamento industrial, destacam-se como características mais importantes o alto potencial produtivo, tubérculos de formato adequado e com gemas superficiais e teores adequados de matéria seca e açúcares redutores. As cultivares mais plantadas atualmente no Brasil são, em sua grande maioria, oriundas da Europa. Entretanto, a produtividade ainda continua baixa pois estas cultivares foram geneticamente melhoradas sob condições de fotoperíodo longo e baixa pressão de alguns fatores bióticos e abióticos importantes que afetam a cultura no Brasil. Estas cultivares, quando plantadas em condições subtropicais e tropicais do país, apresentam um período vegetativo menor e, por conseguinte, têm uma menor produção de fotossintetizados, resultando em menor produtividade. Este fato é particularmente importante para produção de matéria prima visando processamento na forma de palitos pré-fritos congelados, cujos padrões mínimos requeridos para a indústria são produtividades acima de 40 t/ha e conteúdo de matéria seca superior a 19%.
Considerando que a introdução de cultivares de outros países não é capaz de atender devidamente às demandas da cadeia brasileira da batata, é importante que sejam desenvolvidas cultivares, com as características requeridas pelo mercado fresco de consumo e de processamento industrial.
As principais cultivares desenvolvidas por instituições brasileiras de pesquisa estão descritas abaixo:
Baronesa
Foto: Arione da Silva Pereira.
Cultivar Baronesa
Figura 1. Cultivar Baronesa.
Lançada em 1955, ‘Baronesa’ foi a mais importante cultivar do melhoramento genético de batata no Brasil, atingindo, por muitos anos, mais de 80% da área plantada no Estado do Rio Grande do Sul. Mesmo que substituída quase totalmente pela cultivar Asterix, ainda ocupa nichos de produção em pequena escala. Esta cultivar possui elevado potencial produtivo e estabilidade de produção mesmo sob níveis moderados de fertilidade.
Derivada de autocruzamento da cultivar alemã Loman, realizado em 1952, ‘Baronesa’ foi desenvolvida pelo programa de Melhoramento Genético de Batata do Instituto Agronômico do Sul – IAS, que precedeu a Embrapa Clima Temperado, Pelotas-RS.
‘Baronesa’ possui ciclo vegetativo médio (100-110 dias), plantas de porte baixo a médio, com hábito de crescimento semiereto. Os tubérculos têm formato oval-alongado, gemas com profundidade média a superficial, película rosa e lisa, e polpa amarela clara. Apresenta suscetibilidade moderada ao esverdeamento. O período de dormência é relativamente curto, mas com forte dominância apical.
Esta cultivar é moderadamente resistente à pinta-preta (Alternaria spp.) e ao virus Y da batata (Potato virus Y - PVY); suscetível à requeima (Phytophthora infestans), à murcha-bacteriana (Ralstonia solanacearum) e ao virus do enrolamento da folha da batata (Potato leaf roll virus - PLRV).
Apresenta teor médio de matéria seca, com aptidão de uso múltiplo, preferencialmente ao cozimento para elaboração de salada e outros pratos afins.
BRS Ana
Foto: Arione da Silva Pereira.
Cultivar BRS Ana
Figura 2. Cultivar BRS Ana.
Lançada em 2007, com base na aparência e rendimento de tubérculos, teor de matéria seca e qualidade de fritas à francesa, esta cultivar é de duplo propósito (consumo de mesa e processamento industrial), com alto potencial produtivo e rusticidade. Apresenta menor exigência em fertilizantes que as principais cultivares importadas e moderada tolerância à seca.
Originou-se do cruzamento entre o clone C-1750-15-95 desenvolvido pela Embrapa, e a cultivar holandesa Asterix, realizado em 2000 pelo Programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa (Clima Temperado, Pelotas, RS; Produtos e Mercado/Escritório de Canoinhas, SC e; Hortaliças, Brasília, DF).
Apresenta ciclo vegetativo tardio (110-120 dias), plantas grandes, com hábito de crescimento ereto. Os tubérculos possuem formato oval, gemas superficiais, película vermelha e levemente áspera, e polpa branca. Apresenta suscetibilidade moderada ao esverdeamento. Possui período de dormência médio, e baixa incidência de distúrbios fisiológicos.
Possui suscetibilidade moderada à requeima e resistência moderada à pinta-preta. Apresenta baixa degenerescência de sementes por viroses, conferida pela resistência moderada ao mosaico (PVY) e enrolamento (PLRV). Tem menores exigências nutricionais e de água que as cultivares mais plantadas, possibilitando reduzir custos e riscos de produção. Para obter-se alta percentagem de tubérculos de valor comercial, recomenda-se que o plantio seja feito com as sementes bem brotadas, que proporcionem cerca de quatro hastes por planta.
O teor de matéria seca é médio a alto, sendo apta ao cozimento; no entanto, é mais adequada para fritura à francesa. Face ao formato e tamanho dos tubérculos, esta cultivar tem possibilidades de uso no processamento industrial na forma de palitos pré-fritos congelados e fécula, e também para a fabricação de batata palha.
BRS Eliza
Foto: Arione da Silva Pereira.
Cultivar BRS Eliza
Figura 3. Cultivar BRS Eliza.
Lançada em 2002, foi derivada do cruzamento entre as cultivares holandesas Edzina e Recent, efetuado em 1979, pelo programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS.
Apresenta período de dormência médio e ciclo vegetativo médio (100-110 dias), plantas de porte médio e hábito de crescimento ereto. Os tubérculos têm formato oval, película amarela e lisa, polpa amarela clara e gemas superficiais. Apresenta baixa suscetibilidade ao esverdeamento.
Possui elevado potencial produtivo, com tubérculos de boa aparência, e resistência à requeima e à pinta-preta e exigência relativamente baixa em adubação, o que possibilita a sua utilização tanto em sistema de produção convencional quanto orgânico.
Apresenta suscetibilidade ao mosaico (PVY) e ao enrolamento (PLRV), bem como à canela-preta (Pectobacterium spp.).
Possui baixo teor de matéria seca, com aptidão culinária ao cozimento para elaboração de purê e de pratos afins.
Cristal
Foto: Arione da Silva Pereira.
Cultivar Cristal
Figura 4. Cultivar Cristal.
Lançada em 1996, foi originada do cruzamento efetuado em 1964 entre os clones CRI-420-12-60 e CRI-368-8-60, ambos desenvolvidos pelo Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária do Sul - IPEAS. Foi obtida pelo programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS.
Apresenta ciclo vegetativo médio (100 dias), plantas com tamanho pequeno-médio e hábito de crescimento ereto. Os tubérculos possuem formato oval-alongado; película amarela, um pouco áspera, gemas superficiais e polpa amarela intensa. Apresenta suscetibilidade moderada ao esverdeamento e período de dormência médio.
Tem moderado potencial produtivo de tubérculos de boa aparência, com plantas com bom nível de resistência à requeima e pinta-preta, que lhe confere potencial de utilização em sistemas de produção orgânicos. Possui bom nível de resistência ao mosaico (PVY) e suscetibilidade ao enrolamento (PLRV).
O teor de matéria seca é médio-alto, com aptidão de múltiplo uso culinário, tanto para fritura na forma de palitos e cozimento para elaboração de salada, purê e pratos afins.
EPAGRI 361 – Catucha
Foto: Arione da Silva Pereira.
Cultivar EPAGRI 361 - Catucha
Figura 5. Cultivar EPAGRI 361 - Catucha.
Lançada em 1995, esta cultivar originou-se de cruzamento efetuado em 1979 entre dois clones desenvolvidos pelo IPEAS/Embrapa, CRI-1149-1-78 e C-999-263-70. O obtentor é o Programa de Melhoramento Genético de Batata da EPAGRI, em parceria com o Programa de Melhoramento da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS.
Com ciclo vegetativo médio (100 dias), ‘Catucha’ apresenta plantas de tamanho médio, com hábito de crescimento semiereto a ereto, e hastes vigorosas, que rapidamente cobrem o solo. Os tubérculos possuem formato oval-alongado, película amarela, um pouco áspera, gemas superficiais e polpa amarela clara. Apresenta suscetibilidade moderada ao esverdeamento e período de dormência médio.
Possui alto potencial produtivo, atingindo boa produtividade mesmo sob níveis moderados de adubação.
Possui alto nível de resistência de campo à requeima e moderada resistência à pinta-preta, características que a tornam apta ao cultivo orgânico. É suscetível ao mosaico (PVY) e ao enrolamento (PLRV).
Apresenta alto teor de matéria seca, com aptidão a múltiplos usos, mas preferencialmente para fritura.
BRS Clara
Foto: Arione da Silva Pereira.
Cultivar BRS Clara
Figura 6. Cultivar BRS Clara.
‘BRS Clara’, lançada em 2010, foi desenvolvida pelo Programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa (Clima Temperado, Pelotas, RS; Produtos e Mercado/ Escritório de Canoinhas, SC e; Hortaliças, Brasília, DF). Originou-se do cruzamento entre a cultivar húngara White Lady e a cultivar Catucha, efetuado em 2000. Destaca-se pela facilidade de manejo de brotação e do controle da requeima.
O ciclo vegetativo é médio (100 a 105 dias), apresenta plantas de tamanho médio e hastes medianamente vigorosas, com hábito de crescimento semiereto e com enrolamento fisiológico característico das folhas. Os tubérculos possuem formato oval-alongado, gemas superficiais, película amarela e lisa e polpa creme. Apresenta suscetibilidade moderada ao esverdeamento. A dormência de tubérculos é médio-curta.
Apresenta elevado potencial produtivo, com alta percentagem de tubérculos graúdos. Tem resistência alta à requeima e moderada à pinta-preta. É suscetível ao mosaico (PVY) e ao enrolamento (PLRV).
O ponto ideal de colheita deve ser definido visando um equilíbrio entre o máximo rendimento e a qualidade da película, pois quando este ponto é ultrapassado, os tubérculos podem apresentar película levemente áspera e fosca. Da mesma forma, na época mais quente, deve ser colhida assim que a película estiver firme e comercializada imediatamente após a colheita, para não haver perda de qualidade da pele.
Os tubérculos têm teor médio de matéria seca, apresentando textura firme na cocção, com uso preferencial para a preparação de saladas e outros pratos afins.
Macaca
Foto: Arione da Silva Pereira.
Cultivar Macaca
Figura 7. Cultivar Macaca.
Presumivelmente originada do programa de melhoramento genético do IPEAS, que precedeu a Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, provavelmente a partir de escape de clones. Também chamada de Macaquinha, Rosa Redonda e Rosa Maçã, passou por limpeza clonal nos laboratórios da Embrapa Clima Temperado, e foi caracterizada e registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
O ciclo vegetativo é curto (menor que 90 dias), apresenta plantas de tamanho pequeno e hastes pouco vigorosas, com hábito de crescimento prostrado. Os tubérculos possuem formato oval-curto e achatado, película vermelha intensa e áspera, polpa branca e gemas superficiais. Apresenta suscetibilidade moderada ao esverdeamento. A dormência de tubérculos é curta, sem dominância apical.
O potencial produtivo é médio e instável, apresentando suscetibilidade à pinta-preta, alta resistência ao mosaico (PVY) e alta suscetibilidade ao enrolamento (PLRV).
Apresenta teor de matéria seca médio-baixo, esfarelando-se na cocção, sendo recomendada para a preparação principalmente de purê, bem como também refogada e frita inteira.
BRSIPR Bel
Foto: Antonio César Bortoletto.
Cultivar BRSIPR Bel
Figura 8. Cultivar BRSIPR Bel.
‘BRSIPR Bel’ foi lançada em 2012, desenvolvida na cooperação entre o Programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa (Clima Temperado, Pelotas-RS; Produtos e Mercado/ Escritório de Canoinhas-SC e; e Hortaliças, Brasília-DF) e o Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR. Originou-se do cruzamento entre a cultivar húngara Rioja e o clone C-1740-11-95 desenvolvido pelo programa de melhoramento da Embrapa, efetuado em 2001.
Seu ciclo vegetativo é médio (110 dias), apresenta plantas de tamanho médio e hastes moderadamente vigorosas, com hábito de crescimento semiereto, com bom aspecto vegetativo. Os tubérculos possuem formato oval, película amarela e pouco áspera, polpa creme e gemas superficiais. Apresenta alta suscetibilidade ao esverdeamento. A dormência dos tubérculos é relativamente longa, necessitando de um período de descanso antes da quebra de dormência.
Apresenta elevado potencial produtivo, com alta percentagem de tubérculos comerciais. Tem facilidade de manejo da quantidade e tamanho dos tubérculos a serem produzidos, realizado por meio do controle da quantidade de brotos dos tubérculos sementes.
É moderadamente suscetível à requeima e moderadamente resistente à pinta-preta, ao mosaico (PVY) e ao enrolamento (PLRV). Apresenta teor relativamente alto de matéria seca, com uso preferencial para processamento industrial nas formas de chips e de batata palha. Pode ser comercializada para consumo fresco, desde que sejam tomados os cuidados para prevenir o esverdeamento dos tubérculos.
BRS F63 Camila
Foto: Antonio César Bortoletto.
Cultivar BRSIPR Camila
Figura 9. Cultivar BRS F63 Camila.
`BRS F63 Camila`, lançada em 2015, foi desenvolvida pelo Programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa (Clima Temperado, Pelotas, RS; Produtos e Mercado/ Escritório de Canoinhas, SC e; Hortaliças, Brasília, DF). Originou-se do cruzamento dos clones C1750-15-95 x C1883-22-97 efetuado em 2004. Foi testada sob o código F63-01-06 e selecionada com base na aparência, rendimento e peso específico de tubérculos.
A cultivar é indicada para plantio na região Sul e nas épocas mais frias das demais regiões produtoras do país. Apresenta elevado potencial produtivo de tubérculos comerciais, teor médio de matéria seca que possibilita maior versatilidade culinária, vida de prateleira mais longa no mercado e no armazenamento de sementes; alta resistência PVY, que permite maior número de multiplicações de sementes, tornando-a mais barata e com melhor qualidade que outras cultivares.
`BRS F63 Camila` produz tubérculos de boa aparência, ovalados, com olhos rasos, polpa amarela clara, película amarela e lisa, resistência moderada ao esverdeamento de pós-colheita, e período de dormência médio. As plantas apresentam ciclo de desenvolvimento vegetativo médio e moderada suscetibilidade à requeima e à pinta-preta.
Na culinária, a `BRS F63 Camila` apresenta textura firme na cocção e sabor característico, sendo adequada inclusive para cozinha gourmet na preparação de saladas e pratos afins.
Quando a geladeira ou o freezer estiverem com cheiro ruim (por exemplo quando falta luz e degela a tendência é ficar com cheiro no interior) pode-se cortar batatas em quatro partes e distribuir dentro deles e deixar fechado por uma noite. O cheiro vai grudar na batata.`Já fiz e deu certo.
Na escolha das batatas, cuja cor pode ir do claro ao avermelhado, devem preferir-se as de pele lisa. As batatas com a pele manchada de verde, germinadas, picadas e, evidentemente podres devem ser rejeitadas.
Para as batatas ficarem secas e macias quando fritas, coloque-as antes de fritar e já cortadas por cerca de meia hora no congelador.
Para salgar as batatas fritas de modo uniforme, coloque-as dentro de um saco de papel com uma porção de sal. Depois sacuda por alguns segundos. Assim, ao mesmo tempo em que as batatas são salgadas elas também ficam mais enxutas.
Um purê de batata ficará mais saboroso se acrescentada uma clara batida em neve firme.
O purê também fica melhor se colocada uma colher de chá de fermento em pó. Bata bem e leve ao forno por alguns minutos.
Não jogue fora as cascas da batata. Lave-as bem, enxugue e frite em óleo quente. Tempere com sal e sirva como aperitivo.
O excesso de luz, ou a sua total ausência, propiciam a germinação dos germes das batatas.
Há portanto que evitar essas circunstâncias no lar.
O tipo de cozimento que melhor conserva os nutrientes da batata é o tratamento ao vapor, com pele.
As pessoas em idade avançada devem, preferencialmente, consumir batatas em purê.
Para as batatas não desmancharem ao cozer, use um pouco de óleo na água.
Batatas que forem cozidas e a água escorrida, não devem ficar em panelas tampadas.
Para que as batatas não escureçam durante o cozimento, coloque na água algumas gotas de limão ou vinagre.
Para as batatas tipo palito ficarem secas por fora e macias por dentro, é importante colocá-las para fritar em óleo morno, aquecendo aos poucos, só mexendo-as na hora quando colocadas para fritar e quando já estiverem quase prontas.
Para dar um sabor especial às batatas fritas, salpique-as com tempero verde picado ou queijo ralado assim que tirá-las do fogo.
Salgue a batata frita somente na hora de servir.
Para retirar o excesso de óleo das batatas depois de fritas, coloque-as sobre papel absorvente.
Sempre que possível, cozinhe as batatas com casca para evitar perda de vitaminas.
Fure as batatas grandes com um garfo antes de levá-las ao fogo, para que as mesmas cozinhem por igual.
Não guarde a batata na geladeira, pois a baixa temperatura transforma o amido em açúcar e a deixa com sabor adocicado.
Para evitar que as batatas brotem, mantenha junto delas algumas maçãs, maracujá, abacate, banana, mamão, manga ou tomate. Por serem climatérios, liberam etileno em grande quantidade.
Corte as batatas, coloque-as na água com uma colher de álcool e leve-as ao congelador por meia hora antes de fritar.
Enxugue as batatas depois de cortadas para que fritem e não grudem.
A batata deve ser cozida ou assada com a casca e só retirá-la depois.
Batatas descascadas conservam melhor quando cobertas com água e guardadas na geladeira.
Como guardar as batatas? Coloque em local fresco, escuro e bem ventilado. Não guardar na geladeira.
A sopa ficou salgada? Coloque uma batata crua, ferva e retire a batata.
Batatas esverdeadas: para prevenir, proteja-as da incidência de luz e antes de consumir remova a parte verde.
Um tubérculo de batata não é mais que um caule, ou seja, uma parte viva que contém uma grande quantidade de água. Como todo o ser vivo, este tubérculo respira, pelo que consome oxigênio, necessário para as reações químicas que se produzem no seu interior.
A temperaturas mais baixas, entre 3 e 5ºC, este fenômeno ocorre de forma muito débil e o desenvolvimento de fungos e bactérias é mínimo e, assim, a planta conserva-se bastante bem e durante períodos mais ou menos longos.
Para evitar que o tubérculo perca água por evaporação, há que manter os níveis de umidade relativa do ar a níveis superiores a 90%, já que, em ambientes mais secos, estas perdas podem ser bastante elevadas e os tubérculos tornam-se murchos e depreciam-se comercialmente.
Por outro lado, os tubérculos não devem estar excessivamente humedecidos ou molhados durante a conservação, pois, nestes casos, os níveis de putrefação são muito grandes, ao favorecer a ação de todo um tipo de patógenos e ao estimular a germinação dos "olhos".
Pelo referido, deduz-se que, para se garantir uma boa e prolongada armazenagem do produto, a temperatura que há que garantir deverá estar à volta de 3-5ºC e a humidade relativa deverá rondar os 90-93%.
Para o caso da batata de consumo, para além de se ter em conta estes aspetos, há que evitar a germinação dos "olhos", sendo aconselhada a aplicação de produtos que a inibem, os chamados anti-abrolhantes, garantindo-se uma conservação de 7-8 meses (quando se armazena batata semente, obviamente que a aplicação destes produtos estará vedada)
Também está demonstrado que as batatas, quando conservadas a temperaturas da ordem dos 3-5ºC, veem aumentado o nível de açúcares redutores, aos quais se deve a coloração mais escura das batatas quando fritas, pelo que quando as batatas se destinam a estes fins deverão ser conservadas a temperaturas ligeiramente mais elevadas, entre 8-10ºC.
Assim, a temperatura de conservação tem de se adaptar aos vários destinos que se pretende dar à batata. Como na RAM o destino dado à batata conservada é diversificado, optou-se pela conservação a temperaturas mais altas (8-10ºC).
As condições a ter em conta para uma boa conservação (seja de curto como de longo prazo) devem ser tais que:
As perdas por evaporação, respiração, germinação e aparecimento de doenças (de fungos e bactérias) sejam mínimas;
Os tubérculos sejam rececionados e mantidos num estado fisiológico adequado;
A composição química seja mantida num patamar fisiológico e de qualidade elevada;
Para armazenar batata de forma correta, para além do cumprimento de todos os requisitos de campo que lhe são fundamentais, devem ser seguidos os seguintes conselhos:
Efetuar a colheita dos tubérculos com a terra úmida;
Não arrancar, carregar e armazenar batatas com chuva;
Procurar não arrancar os tubérculos a temperaturas muito altas nem inferiores a 8ºC;
Arrancar a batata bem madura (bem encascada);
Não deixar a batata exposta ao sol durante muito tempo (perigo de esverdeamento por formação de solanina, que confere gosto amargo desagradável ao produto e de infeções e ataques de traça);
Evitar quedas bruscas do material (acima dos 30 cm);
Armazenar a batata seca, limpa, sã e curada;
Evitar a iluminação em armazém (esverdeamento);
Não empilhar o produto a mais de 3,5 metros de altura.
As perdas podem ter várias causas, a exemplo de:
1. Perdas por evaporação
A composição do tubérculo da batata inclui à volta de 80% de água. A maior parte da perda de peso que pode ocorrer em armazém relaciona-se assim com perdas deste elemento, o que, normalmente, implica não só perda de peso, como de qualidade do produto.
A água de composição dos tubérculos é perdida, essencialmente, através da pele, de feridas ou dos novos brotos, sendo estas últimas muito mais elevadas que a feita através da pele; esta diferença é ainda maior quando a batata está devidamente encascada/madura. Em termos orientativos a proporção de perdas segundo estas vias será, 1:300:100, respetivamente.
A ventilação com ar com baixo teor de umidade acelera a respiração. Quanto maiores forem os ventiladores, atuando com o mesmo número de revoluções/minuto, mais curto será o tempo de ventilação.
As perdas por evaporação podem ser reduzidas de várias formas:
Favorecendo o endurecimento da pele em cultura;
Efetuando a colheita quando o produto estiver totalmente maduro;
Evitando feridas e descasque da batata;
Promovendo a cura do material, isto é, promovendo a cicatrização de alguma ferida, antes de baixar a temperatura do armazém abaixo de 15ºC;
Evitando a rebentação/germinação dos tubérculos;
Ventilando o material com ar com alta umidade relativa;
Reduzindo o tempo de ventilação.
2. Perdas por respiração
Como já se referiu, o tubérculo, como organismo vivo, respira, num processo em que o oxigênio é absorvido, juntamente com os açúcares que o tubérculo possui, formando-se anidrido carbônico e água, num processo em que se liberta calor.
O dióxido de carbono é libertado para a atmosfera que rodeia os tubérculos, produzindo neste processo umidade e calor. Este processo respiratório depende em muito da temperatura a que está sujeito o material e menos da quantidade de açúcar que contém e das feridas que possam existir.
Os tubérculos imaturos, com muitos danos ou em início de germinação têm, em geral, um maior nível de respiração que os maduros, sãos e em estado de latência.
Quando uma pilha de batata produz mais calor que aquele que é extraído, a mesma aquece; tal ocorre quando a temperatura do ar é relativamente alta, a respiração dos tubérculos é alta e há pouca ou nenhuma ventilação no seu interior.
Alguns autores referem que se produz um sobreaquecimento da pilha quando se armazenam batatas sem ventilar a mais de 1,80 m de altura e a uma temperatura de 25ºC ou quando a pilha tem 3,5 m e encontra-se a uma temperatura ambiente de 20ºC.
Para manter baixo o nível de respiração, o normal é manter baixa a temperatura do armazém (entre 4 e 8ºC). Para tal é necessário ventilar com ar frio, não só para baixar a temperatura dos tubérculos, como para extrair o calor produzido pelos processos de respiração.
Para evitar a falta de oxigênio, que conduz ao enegrecimento dos tecidos do centro dos tubérculos, o dióxido de carbono deve ser extraído e substituído por oxigénio, o que implica que o ar que rodeia os tubérculos armazenados deve ser frequentemente reciclado.
3. Perdas devidas ao crescimento de brotos
O crescimento dos brotos (grelos) provoca grandes perdas, por evaporação, por aumento da respiração e pela utilização dos carbohidratos. Para evitar este fenômeno (ou reduzi-lo de forma significativa, após o material ter ultrapassado a fase de latência) a temperatura ambiente deveria rondar os 3 a 4ºC.
Se a temperatura de conservação tiver de ser maior que aquele intervalo, seja por impossibilidade ou porque a bata se destina a fritura ("palito" ou "chips"), devem ser usados produtos químicos inibidores da germinação (anti-abrolhantes). A humidade também favorece o crescimento dos brotos.
O crescimento dos brotos pode ser evitado, ou reduzido, pelas seguintes diligências:
Armazenamento a baixas temperaturas;
Armazenamento em condições de baixa umidade relativa;
Utilização de anti-abrolhantes.
4. Perdas por ataques de fungos e bactérias
Por melhor que a batata se encontre conservada, há sempre uma pequena percentagem de tubérculos infetados, que podem vir a ser focos de infeção, sobretudo quando existe um grande número de tubérculos com feridas ou mal encascados. O ataque e desenvolvimento deste tipo de doenças é reduzido ao mínimo se as temperaturas de armazenamento forem baixas, a humidade relativa também baixa, isto se o material foi devidamente curado (cicatrizado) antes do início da conservação. Esta cura deve ser feita a temperaturas à volta de 15ºC, durante cerca de 15 dias.
As perdas ocasionadas pelo ataque de fungos, bactérias e vírus podem ser reduzidas se adaptar os seguintes cuidados:
Armazenar a batata o mais seca possível;
Não colocar em armazém batatas molhadas pela chuva;
Retirar a umidade das pilhas de batata, mediante ventilação, o mais rapidamente possível, após a armazenagem;
Evitar feridas e golpes nas batatas;
Favorecer a cura/cicatrização do material e o endurecimento da pele;
Após a cura, armazenar a batata em condições de baixa temperatura.
O armazenamento deve ser feito de tal forma que, ao retirar a batata da zona de conservação, não existam brotos ou que estes sejam muito pequenos (a batata- semente deve ser conservada de modo que, quando distribuída no campo, se garanta uma emergência rápida).
Dado a temperatura de armazenamento ser o principal fator que afeta esta característica, esta deve ser fixada em função da duração do armazenamento. Se o armazenamento durar menos tempo, este valor pode ser elevado que o exigido para períodos mais prolongados.
Durante o armazenamento, o amido é convertido em açúcar e vice-versa. Estes processos são controlados por enzimas, cuja ação pode ser afetada pela temperatura. Os açúcares também são transformados pelos processos de respiração, num processo também controlado pela temperatura.
Nos tubérculos armazenados, a baixa temperatura provoca a acumulação de açúcares, pelo que as batatas podem adquirir um sabor doce, que se nota muito no produto de consumo, inviabilizando a sua utilização na indústria transformadora (de fritos).
Quando as condições de temperatura exteriores são moderadas ou baixas e a quantidade a armazenar não é excessiva e durante pouco tempo, os sistemas aconselhados podem ser simples; mas quando as temperaturas são mais elevadas e se pretende guardar grandes quantidades de material por períodos mais longos todos os cuidados são poucos.
Se se vai armazenar batata de consumo durante bastante tempo a temperaturas moderadas a utilização de anti-abrolhantes é essencial. Já o mesmo será proibitivo no caso da batata-semente.
Os fatores a considerar para uma boa conservação são os seguintes:
1. Ventilação
A ventilação é usada para retirar das pilhas guardadas calor, água e dióxido de carbono, fornecendo oxigênio.
Ventilação natural
Toda a batata amontoada produz calor. A menos que haja uma troca de calor com o ar que a rodeia, a temperatura das batatas tende sempre a aumentar.
A quantidade de calor trocada depende da velocidade do ar nas imediações da superfície dos tubérculos e da diferença de temperatura entre as batatas e o ar que as rodeia.
Dado que a evaporação do ar da superfície dos tubérculos produz frio, umidade relativa do ar também influi no arrefecimento dos tubérculos.
A troca de calor á baixa quando se conjugam as seguintes circunstâncias:
A temperatura do ar ambiente está próxima da temperatura dos tubérculos;
As batatas estão acondicionadas em embalagens que não facilitam a passagem de ar;
As pilhas de batata estão cobertas com material resistente à passagem de ar (palha, lona, plástico, etc.)
Podem ser usados vários métodos para melhorar o arejamento natural e as trocas de calor: um deles é colocar o material sobre um soalho de ripas, sob o qual o ar se possa movimentar livremente é um dos exemplos.
Quando as batatas são guardas em sacos, deve ser deixado um espaço entre as pilhas e os sacos não devem ser amontoados até altura exagerada.
Ventilação forçada
Quando se usa um sistema deste tipo, o movimento do ar é produzido por um ventilador, que faz com que a corrente de ar passe através das batatas, estejam estas a granel, em sacos, em caixas, etc. Deve-se sempre tentar que, adentro do possível, para que a ventilação esteja bem desenhada e seja o mais eficaz possível e bem executada, que todos os tubérculos sejam ventilados com a mesma quantidade de ar, por uma distribuição uniforme do mesmo.
Tanto o tamanho do ventilador, como o desenho das condutas podem ser ajustados com a velocidade e distribuição do ar.
A quantidade de ar movido ao nível da ventilação depende da disponibilidade e qualidade do ar frio usado, assim como da capacidade de secado necessário. A refrigeração a velocidades de ar mais altas é mais efetiva que o arrefecimento feito a velocidades mais baixas.
É fundamental que velocidade do ar seja uniforme em toda a pilha, para que todos os tubérculos sejam arrefecidos ou secos ao mesmo tempo e com igual eficácia.
As batatas podem ser armazenadas em pilhas até 4 m, se o armazém está equipado com um bom sistema de distribuição do ar e um ventilador de suficiente capacidade; mas se se empilha o material em sacos, a altura tem de ser menor, pela resistência que as embalagens oferecem à circulação do ar.
Os sistemas de ventilação forçada usam-se em armazéns arrefecidos com ar natural (do exterior) e/ou com equipamentos de refrigeração.
2. Iluminação
A batata de consumo e para transformação deve ser mantida fora do alcance da luz. A cor verde que os tubérculos assumem em contacto com a luz deprecia-os muito.
Esta assunção não se verifica com a batata semente, pois o contacto com luz favorece-a qualidade da semente, especialmente quando a temperatura está acima dos 8-10ºC e o período de armazenamento é relativamente longo (3-4 meses).
3. Temperatura
Dependendo do isolamento térmico que se dispõe nos armazéns, constata-se uma maior ou menor diferença entre as temperaturas interiores e exteriores ao armazém.
Em construções mal isoladas, o êxito do armazenamento dependerá da temperatura que ocorra no exterior, da duração do período de conservação e latência dos tubérculos (relacionada com as variedades).
Para arrefecer as batatas em armazéns de grande capacidade, utiliza-se ar frio do exterior e/ou equipamentos de refrigeração.
Em armazéns bem isolados, onde só se permite a entrada de ar exterior quando as temperaturas são baixas, pode-se manter no interior do armazém temperaturas próximas das do exterior.
As características climáticas (nomeadamente a temperatura) da zona geográfica em que se pretende conservar a batata servir-nos-ão para decidir se a ventilação por ar exterior pode ser útil ou não.
Para além de se ter de conhecer os valores médios das temperaturas mínimas, haverá que conhecer os seus valores máximos e mínimos absolutos e quantas horas diárias de ventilação com ar exterior são possíveis.
4. Refrigeração
Se as temperaturas exteriores são altas, não há ar suficientemente frio no exterior para o arrefecimento, tendo de se usar ar refrigerado.
Nos armazéns refrigerados, a batata deve ser colocada em montes pequenos ou aplicar ventilação forçada, tal como já se descreveu anteriormente, só que, agora temos um circuito fechado em que o ar é circulado e passando através de serpentinas que o arrefecem.
Para se ter um bom fornecimento de oxigênio e garantir a expulsão do anidrido carbônico, por vezes há que injetar ar exterior. Estima-se que as quantidades de ar exterior oxigenado tenham de ser de cerca de 5 m3 de ar fresco por cada tonelada de batata armazenada e por dia.
5. Isolamento
Todo o conjunto do armazém, tanto as paredes como o teto, devem estar isolados, para evitar um arrefecimento excessivo no interior, quando as temperaturas exteriores são muito baixas, e para obstar ao aquecimento excessivo do da batata, quando a temperatura exterior é mais elevada.
6. Umidade dos tubérculos e umidade do ar
Durante o armazenamento, as batatas podem estar secas, mas há que evitar perdas excessivas de umidade por parte dos tubérculos.
Para o desenho e maneio dos armazéns de grande capacidade, há que ter em conta as seguintes questões:
• Em armazéns de ventilação forçada, a capacidade de ventilação deve ser suficientemente alta; • Se as batatas foram guardadas com um dado teor de umidade, há que secá-las primeiro; • A ventilação deve ser somente a necessária e imprescindível, já que, quando feita em muitas horas, pode conduzir à perda de água excessiva; quando as batatas estão bem secas, a ventilação para baixar a temperatura deve ser reduzida ao essencial; • A temperatura do ar usado para arrefecer as batatas, no caso de se usar ar exterior, deve ser consideravelmente menor que a temperatura das batatas; • A diferença de temperatura de armazenamento e a do ar que sai do evaporador, no caso de se refrigerar, não deve ser muito grande.
7. Capacidade de armazenamento
A capacidade de um armazém de batata depende das suas dimensões, do sistema de conservação e da altura de armazenamento.
O método de conservação para um armazém depende de: • Qualidade dos tubérculos, quanto a cura, feridas, podridões, etc.; • Duração do período de conservação; • Temperatura a que se deve manter o material; • Método de armazenamento: em pilhas, caixas sacas, etc.; • Tipo de ventilação que se dispõe.
O encarregado do armazém deve decidir, tendo em conta os casos e estes factores, sendo o mais importante:
• Como fazer o enchimento do armazém de forma a aproveitar ao máximo o espaço disponível; • Como reduzir ao máximo as perdas; • Como armazenar com o mínimo de custos.
Se se dispõe de um armazém equipado com ventilação forçada, as batatas podem ser armazenadas a granel ou em sacos empilhados, até uma altura de 3-4 metros, e até à altura que quisermos se se usarem caixas.
Se opção for guardar a granel, a capacidade deverá ser de cerca de 700kg de batata/m3 útil de armazém, enquanto se for a de sacos empilhados, a capacidade será de 550kg/m3.
Em armazéns que disponham somente de ventilação natural, a altura que se pode alcançar, tanto em batata a granel como ensacada deve ser menor; os montes ou as pilhas de batata devem ser mais pequenos e os sacos devem ser empilhados em filas de dois sacos de largura, deixando um espaço de 30 a 40cm entre elas. Desta forma, não se deverá armazenar mais que cerca de 400-450kg/m3 de armazém disponível.