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sábado, 3 de dezembro de 2016

Doenças na Batata


Doenças e métodos de controle

As doenças são responsáveis por elevadas perdas na produção de batata, e seu controle normalmente requer a aplicação de agrotóxicos. Estes, por sua vez, devem ser usados com muita cautela, sob pena de proporcionarem resíduos nos tubérculos que comprometem a segurança alimentar além de concorrerem para a deterioração do meio ambiente. Mais de uma centena de doenças já foi registrada para a cultura da batata; muitas delas tão devastadoras que, quando não adequadamente controladas, causam perda total da produção ou afetam a qualidade do produto, cuja aparência é muito valorada pelo consumidor brasileiro.
Doenças na batata podem ser causadas por fungos, oomicetos, bactérias, vírus e nematoides (doenças transmissíveis), além daquelas não transmissíveis, também chamadas de distúrbios fisiológicos.
Doenças causadas por fungos e oomicetos
Requeima, mela, míldio, mufa, preteadeira, fitóftora ou crestamento-da-fitóftora (Phytophthora infestans)
A requeima é a principal doença da batata no mundo. É favorecida por baixa temperatura (12 °C - 18 °C) e alta umidade relativa do ar (>90%). Sob estas condições, espalha-se rapidamente na lavoura, podendo causar perda total em poucos dias pela destruição da folhagem. A doença se manifesta primeiro nas folhas mais novas, onde causa manchas grandes (Figura 1) e escurecimento do caule (Figura 2). Quando o patógeno atinge o tubérculo, causa lesões escuras e firmes, de bordas pouco definidas, de cor marrom na polpa exposta por corte superficial (Figura 3).
A requeima é causada por Phytophthora infestans, um oomiceto (antigamente classificado como fungo) que produz esporângios, zoósporos e oósporos, que são estruturas responsáveis pela dispersão e/ou sobrevivência do patógeno. A recombinação dentro da espécie pode gerar variantes do patógeno que suplantam ou “quebram” a resistência vertical de cultivares ou que são resistentes a determinados fungicidas. A resistência horizontal à requeima tem sido preferida no desenvolvimento de novas cultivares, pois é efetiva contra todas as variantes do patógeno e, por conseguinte, mais estável e durável.
Pinta -preta ou mancha-de-alternaria, alternária e crestamento-foliar (Alternaria solani e A. grandis)
É favorecida por temperaturas altas, acima de 24 ºC, e alta umidade relativa do ar (>90%), portanto mais presente em lavouras cultivadas durante o verão. Normalmente, se estabelece na lavoura após o período de maior vigor vegetativo e se espalha por meio de esporos carregados pelo vento.
Contrastando com a requeima, ataca primeiramente as folhas mais velhas, onde causa lesões concêntricas, mais secas e menores que as da requeima (Figura 4), e pode provocar desfolha total das plantas, reduzindo o ciclo da cultura, resultando na produção de tubérculos pequenos e, consequentemente, em baixa produtividade. Estudos recentes têm indicado que A. grandis é a principal espécie associada à pinta-preta em batata no Brasil.
As cultivares mais plantadas no Brasil são suscetíveis à pinta-preta. Assim, seu controle requer aplicações de fungicidas que chegam a representar mais de 10% do custo de produção. Escolha do local e época de plantio, rotação de culturas de preferência com gramíneas e nutrição adequada das plantas, entre outros, têm um importante papel no controle integrado da doença. Porém, é difícil obter sucesso exclusivamente com as medidas acima, especialmente quando a cultura se insere em sistemas intensivos de produção. O emprego de cultivares resistentes está entre as medidas mais eficientes e seguras para o controle da pinta-preta. Trabalhos de melhoramento que vêm sendo conduzidos, inclusive pela Embrapa, têm mostrado ser possível obter genótipos precoces e ao mesmo tempo resistentes à pinta-preta.
Rizoctoniose, crosta-preta ou alfalto (Rhizoctonia solani)
É uma doença que aparece principalmente em solos frios, atacando inicialmente os brotos, antes e após a emergência, afetando o estande e a uniformidade da lavoura. Também provoca cancros avermelhados na base das ramas (Figura 5) e enrolamento das folhas, que se confunde com o ataque do vírus do enrolamento das folhas de batata (PLRV). Plantas afetadas às vezes apresentam tubérculos aéreos, que se formam pelo acúmulo localizado de amido pelo impedimento da sua translocação causado pelas lesões no caule. Nos tubérculos, a doença é reconhecida facilmente pela presença de escleródios superficiais pretos (asfalto) (Figura 6). É comum a formação de tubérculos deformados, produzidos em “cachos”, resultantes da inibição do alongamento dos estolões (Figura 7). Neste caso, percebe-se uma aspereza superficial que pode ser confundida com a sarna-comum. A doença espalha-se principalmente por meio da batata-semente e máquinas contaminadas.
Sarna-pulverulenta, sarna ou espongóspora (Spongospora subterranea)
É uma doença que afeta raízes e tubérculos da batata. Nas raízes, forma pequenas galhas similares às de nematoides (Figura 8), mas os danos são principalmente nos tubérculos, onde são formadas pústulas superficiais que se abrem (Figura 9) e liberam estruturas típicas do patógeno, chamadas bolas de esporos (spore balls). Essas lesões comprometem a aparência do produto e podem ser confundidas com as da sarna-comum. Geralmente, só é observada após a colheita, principalmente quando a batata é lavada. O patógeno está associado ao solo, onde sobrevive por muitos anos, e a batata-semente infectada, através da qual ele é disperso a longas distâncias. Embora cause mais problemas em climas frios, pode ser encontrada sob todas as condições onde se cultiva a batata, desde que os solos estejam bem úmidos.
Podridão-seca e olho-preto (Fusarium spp.)
Afeta somente os tubérculos, provocando o seu apodrecimento antes e, principalmente, após a colheita, pela infecção que se dá por meio de ferimentos mecânicos ou causados por insetos. É mais importante para a batata-semente, que é armazenada por períodos, que podem ser de vários meses, em câmaras frias ou em temperatura ambiente, dependendo da necessidade de se obter tubérculos brotados para o plantio. Temperaturas mais altas são mais favoráveis para o desenvolvimento da doença. A doença se caracteriza por ser seca e deprimida, evoluindo para seca total do tubérculo, que fica com aspecto mumificado. Quando o tubérculo doente é cortado, percebe-se a formação de cavidades internas, geralmente cobertas de micélio branco do fungo (Figura 10). O olho-preto (Figura 11), além de podridão-seca, causa escurecimento vascular.
Olho-pardo (Cylindrocladium clavatum)
Afeta somente os tubérculos, onde causa lesões superficiais marrom escuras ao redor das lenticelas localizadas mais próximas à região do estolão (Figura 12). É muito comum em solos de cerrado e aparece com mais frequência em cultivos sujeitos a temperaturas mais altas, principalmente se a batata é cultivada após ervilha ou soja, que também são hospedeiras do fungo. Pode ser confundida com outras doenças associadas às lenticelas (lenticeloses) e com a podridão-seca, neste caso, quando as lesões são mais profundas devido a condições de temperatura e umidade altas, que são mais favoráveis à doença
Sarna-prateada (Helminthosporium solani)
Afeta a periderme dos tubérculos (pele), sem se aprofundar na polpa. Tubérculos recém-colhidos, em especial se permaneceram no solo além do necessário para fixação da pele e sob temperatura e umidade altas, apresentam manchas superficiais irregulares, de aspecto metálico-prateado, percebidas principalmente após a lavação (Figura 13), característica que confere o nome à doença. No caso de batata-semente, que é armazenada por períodos mais longos, a superfície coberta pela lesão apresenta aspecto enrugado, ocasionado pela perda de água no tecido afetado.
Doenças causadas por bactérias
Murcha-bacteriana, murchadeira, água quente ou dormideira (Ralstonia solanacearum)
É favorecida por temperatura e umidade altas. Está presente nos solos de quase todo o país, podendo atacar muitas espécies de plantas, embora a raça 3 biovar 2 (R3Bv2) Filotipo I, predominante no Sul e Sudeste do Brasil, seja mais comum em batata. Provoca murcha da planta (Figura 14) e exsudação de pus bacteriano nos tubérculos (Figura 15). É responsável por perdas significativas em épocas mais quentes do ano em solos muito úmidos, se não for feita adequada rotação de culturas, de preferência com gramíneas, ou se batata-semente contaminada for utilizada. O teste-do-copo é uma técnica útil para se diagnosticar esta doença.
Ralstonia solanacearum é nativa da maioria dos solos brasileiros. Embora não haja registro de cultivares com resistência total à murcha-bacteriana, observa-se que qualquer nível de resistência tem se mostrado útil dentro do contexto do controle integrado.
Podridão-mole e canela-preta (Pectobacterium spp. e Dickeya spp.) (= Erwinia spp.)
De ocorrência muito comum em lavouras conduzidas no verão, são favorecidas por temperatura e umidade altas, tornando-se mais sérias na presença de ferimentos dos tecidos. Podem provocar perdas consideráveis pelo apodrecimento da batata-semente (antes e após o plantio), das ramas (Figura 17) e dos tubérculos (Figura 18) no campo ou armazém. Representantes dos dois gêneros acima são encontrados com abundância em todos os solos brasileiros, podendo atacar diversas hospedeiras, principalmente as hortaliças que produzem órgãos suculentos, como cenoura, mandioquinha-salsa, repolho, couve-flor e tomate.
Embora seja difícil o seu controle por meio de resistência genética, sabe-se que as cultivares variam em relação à severidade de sintomas para ambas as doenças. Nenhuma cultivar é considerada resistente, embora a variação na suscetibilidade relativa seja percebida.
Sarna-comum, sarna-estrela, sarna-profunda ou ferruginho (Streptomyces spp.)
Mais de 10 espécies de Streptomyces podem causar a doença, o que torna difícil seu controle. Independentemente da espécie, o patógeno é muito bem adaptado ao solo, onde pode estar presente antes do plantio, mas é transmitido também pela batata-semente. A doença provoca perdas consideráveis especialmente quando em solos secos por ocasião da tuberização, e com pH acima de 6,0. Somente os tubérculos são afetados e, por isso, normalmente só é detectada na colheita, com depreciação da qualidade dos tubérculos. Dependendo da espécie e da condição do solo, os sintomas podem ser superficiais ou profundos (Figura 19).
Doenças causadas por nematoides
Pipoca, nematoide ou nematoide-das-galhas (Meloidogyne spp.)
É causada por várias espécies do nematoide do gênero Meloidogyne, sendo mais comuns M. incognita e M. javanica no Brasil. Estas espécies são habitantes do solo e atacam diversas hospedeiras, o que dificulta a rotação de culturas para controle da doença. A infecção de raízes e tubérculos se dá pelo estádio juvenil 2 (J2); ao se alimentar dos tecidos, o nematoide induz hiperplasia e hipertrofia das células, formando as galhas (Figura 20). As protuberâncias nos tubérculos, também conhecidas como galhas ou pipocas, reduzem a produção, mas principalmente afetam a qualidade do produto. Provoca maiores danos sob temperatura alta do solo. O patógeno é disperso pela batata-semente infectada ou por máquinas e implementos contaminados.
Nematoide-da-pinta ou nematoide-das-lesões (Pratylenchus spp.)
Várias espécies de Pratylenchus causam lesões em raízes e tubérculos, mas as mais importantes no Brasil são P. brachyurus e P. penetrans. Embora também causem danos ao sistema radicular, prejudicando a absorção de águas e nutrientes pela planta, os sintomas são mais visíveis quando os tubérculos são atacados. Os nematoides penetram no tubérculo por meio das lenticelas, que ficam escurecidas, dando ao tubérculo um aspecto de pintado (Figura 21), desvalorizando-os comercialmente.
Nematoide-do-cisto (Globodera rostochiensis e G. pallida) e falso-nematoide-das-galhas (Nacobbus aberrans)
Estes dois gêneros de nematoides ainda não foram relatados no Brasil. São descritos aqui pelo seu alto poder destrutivo e por estarem presentes em países vizinhos, como Argentina, Chile, Peru e Equador. É importante mantê-los fora do país por meio de medidas quarentenárias na aquisição de batata-semente importada e, principalmente, evitando a importação clandestina de batata.
Doenças causadas por vírus
Enrolamento das folhas (Potato leafroll virus - PLRV)
Considerada a principal virose infectando a cultura da batata no Brasil, a doença está sendo detectada em baixa frequência nas lavouras nos últimos anos. O vírus pertence ao gênero Polerovirus, família Luteoviridae. São dois os tipos de sintomas observados nas plantas infectadas e decorrentes da infecção por PRLV. Os sintomas primários resultam da infecção da planta no campo durante o ciclo da cultura e caracterizam-se por apresentar enrolamento dos folíolos apicais, além de amarelecimento da base dos folíolos. Os sintomas secundários resultam do plantio de tubérculos infectados com o vírus e as plantas ficam com aspecto enfezado e apresentam enrolamento das folhas basais (Figura 22). Entre as várias espécies de pulgões que são capazes de transmitir o vírus, Myzus persicae é a principal. A relação vírus/vetor é do tipo persistente ou circulativa. Neste caso, o pulgão, tanto para adquirir o vírus em planta infectada como para transmiti-lo para planta sadia, necessita de algumas horas de alimentação no floema da planta. Uma vez virulífero, o pulgão pode transmitir o vírus por toda sua vida. As fontes iniciais do vírus no campo são tubérculos infectados e plantas de batata infectadas e que permanecem no campo.
Mosaico (Potato virus Y - PVY)
O mosaico tornou-se a virose de maior importância econômica para a cultura da batata no Brasil, sendo atualmente considerada a principal causa da degenerescência da batata-semente (Figura 23). O PVY pertence ao gênero Potyvirus, família Potiviridae. Possui três estirpes principais: PVYo, PVYc e PVYe o subgrupo necrótico denominado PVYNTN, que causa anéis necróticos nos tubérculos (Figura 24). Dessas estirpes, apenas o PVYc ainda não foi detectada no Brasil. O vírus é transmitido por várias espécies de pulgões, sendo a principalMyzus persicae. Pode ser transportado a grandes distâncias pela batata-semente infectada e por pulgões com asas (alados); a curtas distâncias, dentro da lavoura, por pulgões com ou sem asas (ápteros). A relação vírus/vetor é do tipo não persistente ou não circulativa. Dessa forma, o pulgão tanto pode adquirir como também transmitir o vírus em poucos segundos. Portanto, apenas uma “picada de prova” é suficiente para adquirir o vírus em planta infectada ou transmiti-lo para planta sadia.
Clorose (Tomato chlorotic virus – ToCV)
No Brasil, o ToCV é um patógeno emergente na batata, tendo sido detectado após a constatação de elevadas populações de mosca-branca em lavouras dessa cultura (Figura 25). O vírus tem sido detectado com frequência em tomateiro em diversas regiões do país, entretanto, embora menos frequente em batata, é uma nova ameaça à bataticultura nacional. Pertence ao gênero Crinivirus, na família Closteroviridae. A infecção da planta pelo vírus pode resultar na produção de tubérculos infectados, tornando a sua utilização como batata-semente inapropriada, considerando-se que poderão originar plantas infectadas. O vírus é transmitido pela mosca-branca (Bemisia tabaci biótipo B) de maneira semipersistente, na qual períodos mais prolongados de aquisição e de transmissão são necessários para que o inseto possa adquirir e transmitir o vírus. Após a aquisição pela mosca-branca, a capacidade de transmissão do vírus pelo inseto vetor é reduzida gradualmente. O ToCV não se multiplica no vetor.
Mosaico-deformante (Tomato yellow vein streak virus - ToYVSV; Tomato severe rugose virus - ToSRV)
É uma doença emergente na cultura da batata no Brasil, ainda detectada em baixa incidência nas lavouras. Foi inicialmente relatada no Brasil na década de 1980, quando foi denominada de mosaico deformante. As espécies de geminivírus identificadas causando sintomas em batateira são Tomato yellow vein streak virus e Tomato severe rugose virus (ToSRV). Plantas infectadas com o vírus podem produzir tubérculos infectados, o que compromete sua utilização como batata-semente. Ambas as espécies pertencem ao gênero Begomovirus, na família Geminiviridae. São transmitidos pela mosca-branca Bemisia tabaci biótipo B, de maneira persistente-circulativa. Nesse tipo de relação vírus/vetor, o inseto adquire o vírus após algumas horas de alimentação em planta infectada; há um período de latência, no qual o vírus circula no corpo do vetor até atingir as glândulas salivares, quando este se torna apto a transmitir o vírus ao se alimentar em planta sadia.  
Vira-cabeça (Tomato spotted wilt virus - TSWV; Groundnut ringspot virus – GRSV; Tomato chlorotic spot virus- TSCV)
A ocorrência da doença vira-cabeça em batata no Brasil foi relatada pela primeira vez na década de 1930. Embora muito comum em tomateiro, não é frequentemente detectada em lavouras de batata. É causada por espécies de vírus classificados no gênero Tospovirus, família Bunyaviridae. Esses vírus induzem necrose nas folhas e no topo das plantas (Figura 26), sintomas que podem ser confundidos com os induzidos por fungos. A identificação da espécie do vírus só é possível por meio de testes em laboratório, sorológicos ou moleculares. Esses vírus são transmitidos por tripes, de maneira circulativa propagativa. Nesse tipo de transmissão, o vírus é adquirido pelo inseto durante a alimentação em planta infectada, circula no corpo do vetor onde se multiplica. Apenas o segundo instar larval do tripes é capaz de adquirir o vírus ao se alimentar em planta infectada e se tornar transmissor, quando adulto e, dessa forma, transmitir o vírus ao se alimentar em planta sadia. Os principais gêneros de tripes considerados importantes na agricultura são Frankliniella e Thrips. A ocorrência do Trips palmi na cultura da batata foi relatada no início da década de 90.
Medidas para o controle integrado de doenças
Para melhor controle das doenças e pragas da batata, o sistema mais adequado, tanto do ponto de vista econômico como ambiental, é o controle integrado, que procura preservar o meio ambiente. Nele, procura-se reduzir a necessidade do uso de agrotóxicos, sem negligenciar, entretanto, o seu valor em caso de as condições de cultivo serem muito favoráveis às doenças. Quando necessários, esses agrotóxicos devem ser usados com os cuidados essenciais à preservação da saúde do aplicador e do consumidor, bem como do meio ambiente, além de não onerar os custos de produção. Para a produção de batata orgânica, as medidas alternativas ao controle químico devem ser reforçadas, com ênfase no controle cultural preventivo, como a seguir:
  • plantar batata-semente certificada, que é uma garantia de estar menos contaminada com patógenos;
  • não plantar batata mais do que duas safras seguidas na mesma área. Fazer rotação preferencialmente com cereais (arroz, milho, sorgo), cana-de-açúcar ou pastagens;
  • evitar plantar batata em área onde foram cultivadas outras espécies de plantas da família Solanaceae, como pimentão, berinjela, tomate e jiló, considerando-se que essas espécies podem ser afetadas pelas mesmas doenças;
  • sempre que surgirem as primeiras plantas com sintomas de viroses ou de doenças causadas por patógenos de solo, arrancá-las, juntamente com as plantas situadas próximo às plantas eliminadas, e enterrá-las ou queimá-las fora da área de plantio. Em caso de campo de batata-semente, respeitar os níveis de tolerância pré-estabelecidos;
  • eliminar sistematicamente as plantas voluntárias (soqueira, resteva,) e as plantas daninhas, eventuais hospedeiras de patógenos e de vetores, no campo e em torno da área plantada. Alguns vírus podem infectar diversas plantas daninhas em campo atuando como fonte primária de inóculo;
  • preparar o solo com antecedência de modo a expor os patógenos, principalmente os nematoides, ao dessecamento;
  • evitar o movimento de máquinas, implementos e pessoas de áreas contaminadas para novas áreas de plantio;
  • plantar em solos bem drenados, que não acumulem água em excesso, pois solos encharcados favorecem muitas doenças, como a murcha-bacteriana, a sarna-pulverulenta e as podridões de tubérculos;
  • não aplicar excesso de calcário, considerando-se que pH acima de 6,0 favorece a ocorrência da sarna-comum;
  • adubar corretamente. Falta ou excesso de nutrientes favorece o desenvolvimento de doenças tanto de origem biótica como abiótica;
  • quando disponível, plantar cultivar resistente/tolerante às doenças mais prevalentes na região;
  • utilizar espaçamento correto para cada cultivar; plantios pouco arejados favorecem o surgimento e o aumento da severidade de doenças foliares, como a requeima;
  • em lavouras irrigadas, usar água de boa qualidade e evitar excesso ou falta de água. Colocar em prática os conhecimentos de “quando”, “como” e “quanto” irrigar;
  • pulverizar a lavoura, preventivamente, com produtos registrados para a cultura e recomendados para determinada doença ou inseto vetor;
  • monitorar a população de insetos vetores de vírus e pulverizar a lavoura de acordo com as recomendações do fabricante, somente quando necessário;
  • visitar frequentemente a lavoura e observar quaisquer irregularidades que possam favorecer as doenças, como vazamentos de canos de irrigação, ocorrência de plantas daninhas, presença de insetos, chuvas de granizo, etc.;
  • fazer eficiente controle de plantas daninhas dentro e próximo da área cultivada, principalmente das solanáceas, que podem hospedar patógenos e abrigar insetos que transmitem vírus;
  • realizar a colheita e o transporte dos tubérculos com cuidado, de modo a não causar ferimentos que sirvam de portas de entrada a patógenos causadores de podridões;
  • quando houver necessidade de lavação, deixar que os tubérculos sequem bem antes de embalar ou transportar;
  • a erradicação de plantas com sintomas de doenças, normalmente, só se justifica em campos de produção de batata-semente;
  • a aplicação de inseticidas para o controle do vetor visando a redução na disseminação de viroses não se justifica para o PVY, devido ao modo de transmissão não persistente do vírus pelo inseto. Nesse caso, a transmissão do PVY pelo pulgão pode já ter ocorrido antes que o inseticida atue sobre o inseto. Entretanto, para os vírus com relação vírus/vetor do tipo persistente circulativa (PLRV, geminivírus), semi-persistente (crinivírus) ou circulativa-propagativa (tospovírus), o controle químico pode ser utilizado desde que haja baixa incidência de vírus no campo;
  • aplicações de agrotóxicos em doses acima do recomendado pelo fabricante, além de não aumentarem a eficácia do controle, podem aumentar os custos de produção e causar contaminação do aplicador e do meio ambiente;
  • em áreas onde coexistem produtores de batata, é importante que todos os vizinhos adotem as medidas de controle para evitar a disseminação de patógenos entre lavouras.

FONTE: EMBRAPA HORTICULTURA


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