Cultivares
A produção de
cebola no Brasil é baseada em cultivares de polinização livre e híbridas. As
cultivares do tipo "Baia Periforme" possuem, em geral, adaptação
ampla; resistência a doenças foliares boa; conservação pós-colheita boa; teor
de matéria seca alto e; sabor, odor e pungência acentuados.
Cultivares do tipo
"Crioula" são adaptadas principalmente à Região Sul do Brasil e
possuem, entre outras qualidades, bulbos de cor amarela escura, pungência alta
e excelente conservação pós-colheita.
As cultivares
híbridas possuem maior uniformidade do que as de polinização livre e, por
conseguinte, toleram densidade de plantio maior, apresentam uniformidade de
bulbificação e produtividade maiores.
As cultivares
disponíveis no Brasil (Tabela 1) visam atender as exigências do consumidor
brasileiro que prefere bulbos de tamanho médio (50-90 mm de diâmetro), de
formato globular, com catáfilos (escamas) externos de cor amarela e internos de
cor branca e sabor pungente. Cultivares de bulbos arroxeados estão basicamente
restritas ao Nordeste Brasileiro.
O mercado ainda é
limitado para as cebolas de sabor suave e doce, preferidas para saladas, e para
cebola brancas, preferidas pela indústria.
A maioria das
cultivares disponíveis são para semeio de final de verão a meados de outono e
colheita de agosto a novembro, época considerada ideal para o cultivo de
hortaliças em condições de campo no Brasil.
O cultivo de verão
(semeio em final de primavera a início de verão) tem como principal
inconveniente a bulbificação sob altas temperaturas, chuvas excessivas e maior
incidência de doenças, pragas e plantas daninhas. As cultivares Alfa Tropical e
BRS Alfa São Francisco, ambas disponibilizadas pela Embrapa, são as únicas para
plantio no verão e possuem bom nível de resistência às doenças antracnose e
mancha púrpura.
As cultivares Baia
Periforme, Baia Periforme Precoce, Baia Periforme Super Precoce, Primavera e
Piraouro são adaptadas ao processo de produção por bulbinhos.
Para atender a
indústria de processamento, a Embrapa Hortaliças disponibilizou em 1998 a
cultivar Beta Cristal, com elevado teor de sólidos solúveis, de escamas brancas
e bastante pungentes. Além de adequada para desidratação e produção de pasta,
pode ser usada para a indústria de conservas.
Tipos
de Cebola
Para armazenamento – são cebolas geralmente menores, mais firmes e mais pungentes, e possuem em geral escamas protetoras bem aderidas, resistência alta a doenças de pós-colheita e longo período de dormência, resistindo a vários meses de armazenamento. Devido ao seu sabor forte, são usadas principalmente para dar sabor a alimentos cozidos. Os programas de melhoramento de cebola no Brasil tradicionalmente têm concentrado esforços no desenvolvimento de cultivares para este fim.
Para salada - são cebolas geralmente maiores, mais macias, mais "adocicadas", de sabor suave, de textura crocante e preferencialmente de centro único. Possuem período de comercialização curto devido ao período de colheita e de vida pós-colheita curtos. Pelas suas características, são preferidas para serem consumidas em saladas. De modo geral, cebolas suaves e doces são aquelas que possuem menos que 4 mmol de ácido pirúvico/g de massa fresca e pelo menos 6% de açúcar.
Para processamento – são cebolas com teor alto de matéria seca, pungência alta, teor baixo de açúcares redutores e de polpa e escamas brancas. Possuem estas características, de modo a se ter alto rendimento industrial de um produto de alta qualidade. São cebolas utilizadas pelas indústrias de processamento para a produção de pasta de cebola, cebolas desidratadas e cebolas em conserva, além de outros produtos.
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