google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES: Cultivo do Cará

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Cultivo do Cará



Aspectos Gerais: 
O cará é planta do grupo das olerícolas, muito rústica, que produz tubérculos comestíveis; é amplamente cultivada em regiões tropicais e serve de alimento nas América Central e Sul, na Ásia e nas ilhas do Pacífico. No Nordeste brasileiro é ainda conhecido como "inhame", confusão feita com o nome do cará em espanhol - ñame - e, em italiano - iguame.

Botânica/Descrição / Variedades: 
O cara pertence a família Dioscoriaceae, Dicotyledonea e ao gênero Dioscorea, que tem mais de 600 espécies, quatorze das quais tem seus tubérculos utilizados como alimento.

É uma planta herbácea trepadeira (em geral) com tubérculos subterrâneos (aéreos em algumas espécies), caule volúvel, folhas estreitas em forma de ponta-de-faca. Os tubérculos são feculentos e contém vitaminas de complexo B.

As principais espécies são Discorea cayenensis, lam. Africana, com vários tipos (Cará-da-Costa, Cará Tabica, Cará Negro) e a D. alatah., com os tipos (Cará S. Tomé, Cará Mandioca, Cará Flórida). O Cará-da-Costa é rico em carboidratos, proteínas, Vit. C, riboflavina e ácido nicotinico.

Em Pernambuco e Paraíba a variedade mais plantada é o Cará-da-Costa, bastante produtiva (até 40t/ha), tubérculos com película escura, polpa branca e enxuta, formato cilíndrico e alongado, caule com 2-4m. de comprimento, com boa aceitação comercial. Não dispensa tutoramento.

No sudeste cultiva-se o tipo Flórida - resistente ao mal-da-requeima - tem tubérculos com casca marrom - clara, forma alongada, polpa granulosa, bom aspecto comercial. O Maranhão começa a cultivar esse tipo.

A composição por 100g. de polpa do tubérculo é: calorias (135), proteína (2,3g.), cálcio (28mg.), fósforo (52mg.), ferro (2,9g.), Vit. A (30mg.), Vit. B1 (0,04mg.), Vit. B2 (0,02mg.) e Vit. C (35mg.)

Utilidade do Cará: 
O cará é um alimento rico em carboidratos (feculento) muito consumido por habitantes de países tropicais; na culinária pode ser utilizado como substituto da batata inglesa, da batata doce e da macaxeira. É alimento de fácil digestibilidade, indicado para dietas.

Algumas espécies tem valor farmacológico.

Por o tubérculo não se deteriorar após a colheita, pode conservar-se à sombra em estado natural por até 90 dias, por sua rusticidade e valor alimentício seu cultivo merece atenção no Nordeste brasileiro.

Necessidades da Planta: 
Clima - Planta de clima tropical o cará desenvolve-se bem em regiões quentes e úmidas em faixa de latitude N e S de 30º (linha equatorial). Temperatura entre 25-30ºC, chuvas em torno de 1.500mm./ano com estação seca definida de 2 a 5 meses. A planta não tolera frio e geadas.

Solos - Devem ser leves de textura pouco arenosa, profundos, com boa drenagem, ricos em matéria orgânica e com boa capacidade de retenção de umidade. O solo deve estar úmido no período de crescimento da planta. Deve-se evitar solos ácidos, solos com textura argilosa e os declivosos sujeitos à erosão. No Nordeste o cará também medra em solos de aluvião.

Propagação do Cará: 
É feita através de tubérculos - semente inteiros ou por tubérculos - semente cortados transversalmente; em cada tubérculo há várias gemas latentes que brotam quando as condições ambientes são favoráveis (originam plantinhas). Podem ser utilizados com peso entre 50g. e 250g., com bom aspecto sanitário. Só tubérculos com peso de 150g. ou acima devem ser eleitos para divisão em 2-3 pedaços a servirem de material de plantio; o corte pode ser feito por ocasião do plantio ou com uma pequena antecedência (corte 3 dias antes ou até 1 dia antes colocando pedaços à sombra). Os pedaços devem ser armazenados em local ventilado e estarem protegidos da umidade , do calor e da insolação. Há correlação positiva entre o peso do tubérculo utilizado no plantio e a produtividade (tubérculos com 100, 150, 200 ,250g. de peso produziram, respectivamente, 23,4t. 28,1, 32,1 e 35,5t./ha de cará).

Plantio: 
Antes do início do período chuvoso, mesmo com a terra seca; meses de novembro e dezembro no Nordeste brasileiro.

O plantio pode ser feito em covas altas (matumbos) ou em camalhões; isso evita o apodrecimento dos tubérculos e facilita o arejamento e a drenagem do solo.

As covas altas são feitas com enxada ou cavadeira articulada abre-se covas com 0,35 x 0,35 x 0,30m. (de profundidade). Mistura-se adubo + terra retirada da cova, coloca-se a mistura na cova formando cova alta. Os camalhões (leirões) podem ser feitos com dois operários com enxadas movimentando o solo de lados opostos levantam camalhões com 30-35cm. de altura; o trator de pneu tracionando sulcador ou arado de aiveca ou arado de disco levanta leirões com 30-35cm. de altura sem dificuldades.

Espaçamento: para sistema em cova alta 1,2m. entre fileiras por 0,8m., entre plantas; para sistema em camalhões de 0,4m. gasta-se 2.100Kg./ha de tubérculo - semente e com o espaçamento de 0,6m. gasta-se 1.400Kg./ha, no plantio em montículo ou cova funda (1,25x0,8m.) gasta-se 500Kg./ha.

O preparo do solo exige aração a 30cm. de profundidade (para enterrar o mato) seguida de gradagem.

De ordinário o cará aproveita bem resíduos de adubos de outras lavouras. Caso deseje-se adubar aplicar 10-12t./ha de esterco de curral bem curtido 30 dias antes do plantio incorporando bem ao solo ou aplicar 3t./ha de esterco de galinha.

No cume dos camalhões são colocados manualmente, os tubérculos em covas com 5-8cm. de profundidade e cobertos com terra; deve-se cobrir o camalhão com camada de capim ou outro material.

Tratos Culturais: 
Após o brotamento do tubérculo deve-se proceder ao tutoramento fincando-se varas (tutor) de madeira roliça com 2m. de comprimento com 2,5cm. de diâmetro ao lado da planta, para ajudar o caule volúvel a subir. Com espaçamento 0,4-0,6m., usar 1 vara para 2 plantas. A variedade Flórida dispensa tutoramento.

Capinas e amontoas ao longo do ciclo da cultura e cobertura morta em torno da planta.

Para rotação de culturas, usa-se milho, vagens, adubos verdes, outras hortaliças.

Pragas e Doenças: 
Formiga cortadeira (Atta sp) e nematoides (apodrecem tubérculos) atacam o cará; usar formicidas e tubérculos sadios.

As doenças são requeima, mosaico e antracnose.

Colheita/Rendimento: 
O ponto de colheita é indicado quando as plantas apresentam muitas folhas amarelas e os ramos começam a secar. A colheita é manual (enxadões) ou com arado de aiveca.

Pós colheita os tubérculos devem ser lavados, selecionados, embalados e postos a sombra. Não devem ser feridos.

O rendimento geral e de 20t./ha; pode chegar a 40t./ha.





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