Amaranto (Amaranthus cruentus)
Planta
herbácea anual, ereta, com altura de 1,0 a 2,0 m, caule de coloração esverdeada
ou avermelhado, pigmentado pela presença de antocianina, e inflorescência
avermelhada e em cacho no ápice do caule, comumente chamada de “crista de
galo’’. Suas folhas têm consistência tenra e as flores apresentam-se na forma
de espigas nos ápices dos caules ou nas axilas das folhas. É comumente
classificada como pseudo-cereal pela utilização de seus riquíssimos grãos,
especialmente nos países andinos, conquistando novos mercados nos últimos anos.
Na África e em países da América Central como o Haiti apresenta importância
enquanto hortaliça folhosa, mas em outros locais é muitas vezes considerada
como planta invasora de plantações. Também é utilizada como planta indicadora
de bons níveis de fertilidade do solo e apresenta potencial subexplorado como
planta ornamental.
Nomes comuns – Amaranto, espinafre africano, espinafre haitiano.
Família botânica – Amarantaceae.
Origem – América andina tropical
de altitude.
Variedades No Brasil, há uma
cultivar lançada, a BRS Alegria, especialmente
recomendada para produção de grãos, mas cujas folhas também podem ser
consumidas como hortaliça. Mas, em geral, são utilizadas variedades locais de
ocorrência espontânea.
Clima e solo – É amplamente adaptado a diferentes condições de clima e solo, ocorrendo em todo o País.
Preparo do solo –
Após aração e gradagem, efetua-se o encanteiramento.
Os canteiros devem ser semelhantes aos utilizados para alface, com 1,0 a 1,2 m
de largura por 10 a 15 cm de altura. Entretanto, como a planta é geralmente
cultivada em pequenas áreas, o que se faz é o manejo da cultura,
aproveitando-se a germinação de plantas espontâneas. As operações são, em
geral, feitas manualmente com auxílio de enxadas.
Calagem e adubação – A calagem deve ser feita em função da análise de solo, aplicando-se calcário
visando atingir pH entre 5,5 e 6,0. Por sua enorme rusticidade, recomenda-se
somente a correção do solo e a utilização de composto orgânico, na dosagem de
até 3,0 kg/m2 de canteiro, conforme os teores de matéria
orgânica no solo. No caso da produção de grãos, que não é foco desta
publicação, recomenda -se um aporte de NPK para maximizar a produção, segundo
Spehar et al. (2003).
Plantio – Reproduz-se por sementes, fácil e intensamente. A semeadura é feita, normalmente, no
local definitivo. Sob condições ideais de temperatura e umidade, as sementes
germinam a partir de quatro dias. O que usualmente acontece, na prática, em
pequenas hortas é o manejo dessa espécie como planta espontânea, fazendo-se o
desbaste para o espaçamento de aproximadamente 0,1 x 0,1 m. Em função do lento
desenvolvimento inicial, pode-se fazer o semeio em bandejas para posterior
transplantio aos 25-30 dias.
O plantio pode ser
realizado durante todo o ano, desde que haja disponibilidade de água. Sob
temperaturas inferiores a 15ºC, o desenvolvimento é retardado, portanto, na
região Sul e em regiões de altitude da região Sudeste, o desenvolvimento é
favorecido de setembro a março.
Tratos culturais – A cultura deve ser mantida no limpo, sob baixa competição por plantas infestantes, por meio de capinas
manuais. O sistema radicular vigoroso e o ciclo curto possibilitam ao amaranto
tolerar os estresses hídricos. Porém, para aumentar a produção especialmente de
folhas, deve-se irrigar quando necessário.
Apesar da rusticidade
da cultura, pode-se observar, o ataque por pragas desfolhadoras, especialmente
vaquinhas e idiamins, os quais normalmente não chegam a causar danos
econômicos.
Colheita e pós-colheita – A colheita das folhas é feita cerca de 45 a 60 dias após o plantio, quando as
plantas estão com 30 a 50 cm e antes da emissão da inflorescência. Pode-se
fazer a colheita mais tardia, mas as folhas vão ficando cada vez mais fibrosas.
Colhe-se toda a planta, sugerindo-se o corte a 10 cm para manter as folhas mais
limpas, sem resíduo de solo. Produz cerca de 1,0 a 1,5 kg/m2, o equivalente a 10 a
12 ton/ha, lembrando que em geral o cultivo como hortaliça folhosa é realizado
em pequenos espaços. As plantas desse gênero são úteis para a produção de grãos
nutritivos, de amplo uso nos países andinos, e folhagens. Os grãos podem ser
utilizados no preparo de pães, torradas ou enriquecendo barras de cereais.
Figuras 8 e 9: Amaranto nas fases
vegetativa e reprodutiva
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