Cubiu (Solanum sessiliflorum)
Foi domesticado pelos ameríndios pré-colombianos e distribuído em toda a Amazônia. A planta é um arbusto ereto e ramificado, que cresce de 1,0 a 2,0 m de altura. Produz frutos carnosos dos quais se extrai suco.
Nomes comuns – cubiu, maná, maná-cubiu, topiro, cocona e tomate de índio.
Família botânica – Solanaceae.
Origem – Amazônia Ocidental.
Variedades – Ocorre variabilidade para cor e formato de frutos de amarelo a vermelho e até roxo, além de porte da planta e outras características. A Divisão de Ciências Agronômicas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) fez uma coleção de 35 acessos de Belém do Pará e de Iquitos, Peru, citando a oportunidade de aumentar a resistência a nematoides, reduzir o número de sementes e aumentar a doçura.
Clima e solo – O cubiu cresce bem em regiões de clima quente e úmido. Há variedades no Peru que produzem bem em regiões mais altas, com temperaturas mais amenas. Apesar de ser uma espécie que necessita de luz, cresce relativamente bem à sombra, porém com redução na produção de frutos. O cubiu é adaptado a solos ácidos e de baixa fertilidade, apesar de haver redução na produção de frutos. Produz bem em solos com diferentes texturas, desde argilosa até arenosa.
Preparo do solo – Pelo sistema convencional, efetua-se o coveamento após aração e gradagem, com atenção à adoção de práticas conservacionistas em terrenos com declividade. Entretanto, recomenda-se o preparo localizado, restrito às covas de plantio, sem revolvimento do solo em área total. As covas devem ter, no mínimo, 20 x 20 x 20 cm em largura, comprimento e profundidade. No caso de mecanização, pode-se realizar o preparo pelo sulcamento de forma alternativa à aração e à gradagem. Se for cultivado em áreas sujeitas a encharcamento, recomenda-se o plantio em covas altas, popularmente conhecidas por “matumbos”.
Calagem e adubação – A calagem deve ser recomendada de acordo com as informações observadas na análise de solo. Sugere-se, no caso de produção comercial de frutos e considerando a inexistência de recomendações específicas, seguir a recomendação de adubação para berinjela, ou seja, até 200 kg/ ha de P2O5, 60 kg/ha de K2O e 40 kg/ha de N, e de 20 a 40 ton/ ha de esterco de curral curtido (COMISSÃO, 1999). Na adubação de cobertura, podem ser aplicados 60 kg/ha de N e até 100 kg/ ha de K2O, os quais podem ser parcelados a partir dos 45 dias após o transplantio a cada 15 ou 30 dias.
Plantio – O cubiu é propagado por sementes. As mudas podem ser produzidas em bandejas ou em recipientes individuais como copos ou saquinhos plásticos. Deve-se proceder o desbaste, deixando somente uma planta por célula ou recipiente, a mais vigorosa. As sementes iniciam a germinação a partir do sétimo dia e o plantio definitivo pode ser feito entre 45 e 60 dias após a semeadura, quando as plantas têm três a quatro folhas definitivas.
O plantio pode ser realizado durante o ano todo, em regiões quentes e úmidas como a Amazônia, e de setembro a dezembro nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Tratos culturais – A cultura deve ser mantida sob baixa competição por plantas invasoras infestantes, por meio de capinas manuais entre as covas e roçada entre plantas. Na época seca, recomenda-se irrigar o plantio e utilizar cobertura morta entre plantas. Recomenda-se também o monitoramento da lavoura quanto ao ataque de pragas e doenças. As pragas mais frequentes são as vaquinhas, ácaros e pulgões e a doença mais comum é a “mela”, causada pelos fungos de solo Pythium sp. e Rhizoctonia solani.
Colheita e pós-colheita– A colheita começa aproximadamente sete meses após a semeadura. Os frutos são considerados maduros quando apresentam a mudança na coloração da casca, lembrando que se trata de fruto que não amadurece quando destacado da planta (fruto não climatérico). São muito resistentes ao transporte e podem ficar armazenados em geladeiras por um longo período, com boa conservação de suas características. Pode produzir de 30,0 a 50,0 ton/ha. A comercialização do cubiu é feita em pequena escala por produtores rurais nas feiras e nos mercados das cidades interioranas. O fruto do cubiu pode ser consumido ao natural, ou processado em forma de sucos, doces, geleias, sorvetes e compotas. Pode ainda ser utilizado em caldeiradas de peixe ou como tempero de pratos à base de carne de frango.
Figuras 43 e 44: Cubiu, planta e frutos
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