Fisalis (Physalis angulata)
A physalis (lê-se fisalis) é um arbusto semi-prostrado, de caule ereto e ramificado, que pode atingir até 2,5 metros de altura quando tutorado. Ocorre em praticamente todo território nacional, mas é nos países andinos como Peru e Equador que assume importância comercial, sendo comum nas feiras das cidades. Produz pequenos frutos, redondos e de coloração variada (verde, amarela, laranja ou vermelha), envolvidos por um casulo de finas folhas modificadas. No Brasil, além do uso em menor escala, em hortas caseiras ou mesmo fruto de coleta de plantas espontâneas nos campos, tem aumentado a demanda de mercado e algumas regiões tem produzido physalis comercialmente, destacando-se a região de Lages, Santa Catarina.
Nomes comuns – Fisalis, canapu, camapu, joá-de-capote, saco-de-bode.
Família botânica – Solanaceae, a mesma do tomate e berinjela.
Origem – Brasil, nas regiões Sudeste, Nordeste e parte do Centro-Oeste e Norte. Nos países andinos (Peru, Equador e outros), há variedades com frutos maiores de Physalis peruviana.
Variedades – Observa-se variabilidade com relação a porte da planta, tamanho e coloração dos frutos.
Clima e solo – Produz melhor sob temperaturas amenas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, porém há variedades silvestres adaptadas a diferentes condições de clima, inclusive no Semi-Árido durante a época chuvosa. Extremamente rústica, adapta-se a vários tipos de solo, mas não tolera encharcamento.
Preparo do solo – O plantio sistematizado deve ser feito em linhas distantes de 1,0 a 3,0 m entre si, a depender da variedade e do manejo da cultura.
Calagem e adubação – Para produção sistematizada, recomenda-se a calagem, que deve ser feita em função da análise de solo, visando atingir pH entre 5,5 e 6,0. Como não existem estudos específicos para cultura, sugere-se a adubação com 10 a 20 ton/ha de composto orgânico e metade da adubação recomendada para jiló, isto é, até 100 kg/ha de P2O5, 800 kg/ha de K2O e 50 kg/ha de N, fornecendo todo o P, 30% do N e 50% do K no plantio e o restante em cobertura, aos 30 e 60 dias (COMISSÃO, 1999).
Plantio – A propagação é feita por sementes, normalmente efetuando-se a produção de mudas em bandejas. O espaçamento é de 1,0 x 0,5 m para variedades de pequeno porte. Porém, as variedades com frutos para mercado tendem a crescer bastante, devendo-se usar espaçamento de 2,0 a 3,0 m entre linhas por 1,0 a 2,0 m entre plantas. Pode ser plantado durante o ano todo em regiões de clima ameno, desde que haja disponibilidade de água. Em regiões muito frias, o cultivo deve se iniciar após as geadas, setembro-outubro.
Tratos culturais – Manter as plantas infestantes sob controle, por meio de capinas manuais. Irrigar, de acordo com a necessidade da cultura, normalmente duas a três vezes por semana em períodos secos. O tutoramento em espaldeira facilita a colheita e reduz a ocorrência de podridão de frutos. Quando as planats são conduzidas sem tutoramento, muitos frutos se desenvolvem em contato com o solo aumentando o ataque de artrópodes e a incidência de bactérias e fungos decompositores. Também pode sofrer ataque por pragas generalistas como formigas ou gafanhotos.
Colheita – A colheita de frutos é feita a partir de 3 a 4 meses após o plantio em variedades silvestres com frutos pequenos e sob condições de clima mais quente e a partir de 5 a 6 meses após o plantio em variedades com frutos maiores e sob condições de clima ameno, perdurando por meses. Em produções comerciais, as colheitas devem ser diárias ou a cada dois dias respeitando o ponto de colheita, quando o cálice (capa ou casulo) que envolve a fruta muda de coloração, de verde para amarelo ou palha. A colheita deve ser cuidadosa, devido ao fruto ser bastante sensível, podendo ocorrer de forma manual, individual ou com auxílio de tesoura de poda, quando se colhem cachos. Para prolongar o período de armazenamento dosfrutos é importante que seja mantido o casulo dos mesmos. A produtividade pode atingir até 4 kg/planta quando em espaçamento bem aberto, rendendo próximo a 10 ton/ha.
Os frutos de cor amarela ou alaranjada, com sabor equilibrado entre o doce e o ácido, são mais consumidos in natura, muitas vezes em saladas à semelhança do tomate-cereja. Sendo também ingrediente para molhos, compotas, doces, geléias, sorvetes e licores. Recomenda-se a sua comercialização até 12 horas após a colheita. Caso contrário, os frutos podem ser armazenados por um período de 20 dias a temperatura de 18 °C e 70% de umidade relativa ou a 2oC por até 4 ou 5 meses.
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