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quinta-feira, 27 de maio de 2021

PANCS: Jambu (Spilanthes oleracea)

 

Jambu (Spilanthes oleracea)

Folhosa cultivada em regiões equatoriais e tropicais. É uma herbácea perene, com crescimento predominantemente prostrado, atingindo cerca de 30 a 40 cm de altura. Possui flores amarelas e suas diminutas sementes germinam somente sob condições climáticas ideais.

Nome comum – Jambu.

Família botânica – Asteraceae, a mesma da alface. Origem – Região Amazônica.

Variedades – Existe pequena variabilidade, bastante semelhantes entre si, ocorrendo na prática a manutenção de variedades locais. Particularmente distinta é a variedade Nazaré, lançada pela Embrapa Amazônia Oriental, com a inflorescência bem mais alongada e o característico sabor e efeito de amortecimento mais intenso que a variedade comum.

Clima e solo – Exige clima quente e úmido, com temperaturas acima de 25ºC. Não tolera seca, nem baixas temperaturas, tendo seu crescimento reduzido abaixo de 18ºC e paralisado abaixo de 10ºC. Os solos devem ser bem drenados, não compactados e com bom teor de matéria orgânica.

Preparo do solo – Após as práticas de aração e gradagem, efetua-se o encanteiramento. Entretanto, como é geralmente cultivada em pequenas áreas, as operações costumam ser feitas manualmente com auxílio de enxadas. Os canteiros devem ser semelhantes aos usados para alface, com 1,0 a 1,2 m de largura por 0,1 a 0,2 m de altura.

Calagem e adubação – A calagem deve ser feita em função da análise de solo, aplicando calcário visando atingir pH entre 5,5 e 6,5. Devido a sua rusticidade, recomenda-se a adubação somente com composto orgânico, na dosagem de até 3,0 kg/m2 de canteiro, conforme os teores de matéria orgânica no solo.

Plantio – A propagação é feita por sementes botânicas ou pelo enraizamento de ramos em recipientes, com atenção para que as atividades sejam realizadas à sombra. O espaçamento deve ser de 20 a 25 cm entre plantas. Em regiões de clima quente e úmido, o cultivo pode ser realizado o ano inteiro. Em regiões tropicais com inverno ameno, o plantio pode ser realizado de outubro a março.

Tratos culturais – Não apresenta grandes exigências no cultivo, recomendando-se somente a realização de capinas manuais e irrigação quando necessário. Também é bastante tolerante a pragas e doenças, sendo atacado esporadicamente por vaquinhas e idiamin. Todavia, existem relatos de apodrecimento de plantas provocado por fungos de solo.

Colheita e pós-colheita– A colheita de ramos é feita a partir de 45 a 50 dias após o plantio, quando atingem de 20 a 30 cm. A planta pode produzir durante quatro a seis meses, até a necessidade de renovação. Produz cerca de dois a três maços/ m2 a cada 2 a 4 semanas, cada maço com cerca de 100 g, o que equivale a 2 kg/m2.

As folhas do jambu são consumidas cozidas, especialmente em caldeiradas de peixe. Faz parte de pratos típicos do Pará e Amazonas, como o tacacá, que é feito à base de goma de mandioca, tucupi, jambu e camarão seco. Apresenta paladar muito peculiar, especialmente quando se utilizam as pequenas flores amarelas, algo como um amortecimento inebriante das mucosas e salivação. A conservação é curta por se tratar de hortaliça folhosa bastante tenra. Pode ser embalada em sacos plásticos e colocadas na parte baixa da geladeira, prolongando sua vida útil.

Figuras 61 e 62: Jambu, variedades comum e Nazaré



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