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sábado, 31 de julho de 2021

PANCS: Cultivo do Muricato (Solanum muricato)

 

Muricato (Solanum muricato)

Planta perene, herbácea, semi-prostrada que produz frutos ovóides. Encontrada esporadicamente em quintais de casas nas regiões Sul e Sudeste, mas é nos países andinos como Peru, Equador e Colômbia que assume importância econômica, sendo comum em feiras, mesmo nas grandes cidades.

Nomes comuns – Melão andino, melão peruano, meloncito, pepino (Peru).

Família botânica – Solanaceae, a mesma da batata e tomate. Origem – Países andinos (Peru, Equador e outros).

Variedades – No Brasil, não se encontra atualmente variedades sistematizadas. Observa-se em campo alguma variabilidade com relação aos frutos, referente ao paladar (mais ou menos doces) e à presença de listras mais ou menos marcadas em sua casca.

Clima e solo – Produz melhor sob temperaturas amenas, adaptando-se bem às regiões Sul e Sudeste e locais com altitude superior a 1000m no Centro-Oeste. Exige solos com boa fertilidade e bem drenados.

Preparo do solo – O plantio é feito em leiras, após a realização da aração e gradagem, atentando-se para a adoção de práticas conservacionistas. As leiras deverão ter 1,0 a 1,2 m entrelinhas por 20 a 25 cm de altura.

Calagem e adubação – Recomenda-se a correção do pH com calcário, em função da análise de solo, para uma faixa de 5,8 a 6,3. Como não há recomendação específica para muricato, sugere-se adubação similar à realizada para tomate rasteiro, reduzindo, no entanto, os níveis à metade do recomendado, em função de sua maior rusticidade. Assim, recomenda-se até 300 kg/ha de P2O5, 100 kg/ha de K2O e 60 k/ha de N (COMISSÃO, 1999). Adicionalmente, recomenda-se a adubação orgânica com até 20 ton/ha de composto orgânico, a depender dos teores de matéria orgânica no solo. Pelo maior ciclo cultural do muricato, sugere-se aplicar 40% do K e 20% do N no plantio e o restante parcelado em duas adubações de cobertura aos 40-45 dias e aos 75-90 dias após o transplantio.

Plantio – A propagação é feita pelo enraizamento de estacas (ramos). Para garantir pleno pegamento, sugere-se o enraizamento em recipientes individuais e o transplantio aproximadamente 30 dias após, quando as mudas estão plenamente enraizadas e brotadas. Nas leiras, o transplantio deve ser feito no espaçamento de 0,3-0,5 m entre plantas.

O muricato pode ser plantado durante o ano todo em regiões de clima ameno, e de março a junho, sob irrigação quando necessário, em regiões muito quentes, com temperatura média acima de 25ºC. De forma geral, recomenda-se o cultivo em períodos que apresentem temperaturas menos elevadas.

Tratos culturais – Recomenda-se manter a cultura livre de plantas infestantes, em geral por meio de capinas manuais e irrigar, de acordo com a necessidade da cultura, normalmente duas a três vezes por semana em períodos secos. Deve-se também monitorar a incidência de insetos desfolhadores como vaquinhas e gafanhotos e realizar a catação manual destes, ou a aplicação de caldas repelentes, se necessário. Em regiões ou épocas quentes é comum a ocorrência de podridões.

Colheita e pós-colheita – A colheita é feita a partir de 4 a 5 meses após o plantio e deve ser feita somente quando os frutos maduros mudam de tonalidade para um tom amarelado. Quando verdes, podem ser usados em saladas, assemelhando-se a pepino, sendo inclusive assim denominado no Peru e Equador. A produtividade pode atingir 20 a 40 ton/ha. Os frutos são consumidos como melão, em sobremesa. Também se pode fazer sucos e doces.

Figuras 78 e 79: Muricato, planta e fruto




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