Quiabo-de-metro (Trichosanthes cucumerina var. anguina)
É chamado assim devido à forma cônico-cilíndrica, que lembra os frutos do quiabo, apesar de serem de famílias botânicas distintas. A planta assemelha-se em aspecto à bucha-vegetal (Luffa spp.), cabendo citar que é comum o consumo de frutos imaturos de bucha na Ásia, especialmente Japão e China. No Brasil, o quiabo-de-metro é consumido por populações da região Amazônica e, esporadicamente, em Estados com Minas Gerais e Goiás. É uma trepadeira com hábito de crescimento indeterminado e produz frutos que podem atingir mais de um metro de comprimento.
Nomes comuns – quiabo-de-metro e cabaça-serpente, em inglês “snake gourd”, devido à semelhança do fruto ao formato desse animal.
Família botânica – Cucurbitaceae, a mesma das abóboras e chuchu.
Origem – Não é muito bem definida, mas provavelmente é originário da Ásia, onde assume relativa importância econômica, especialmente na Índia e em Bangladesh.
Variedades – Na prática, os agricultores tem realizado seleção de melhores plantas e frutos e manutenção de variedades locais ao longo do tempo, dentro de um sistema próprio de observação para a escolha das melhores plantas.
Clima e solo – O quiabo-de-metro é tipicamente de clima tropical, não suportando temperaturas baixas ou geadas. Como a maioria das plantas da família Cucurbitaceae, possui melhor adaptação a temperaturas médias que variam entre 20ºC e 27ºC. Tem ampla adaptação a vários tipos de solo, desde argilosos a arenosos, porém não tolera solos muito ácidos.
Preparo do solo – Pode ser feito pelo sistema convencional, com realização de aração e gradagem, ou pelo sistema de plantio direto (cultivo mínimo). Em seguida, efetua-se o coveamento e a adubação. No sistema de plantio direto, o revolvimento é restrito às covas de plantio, deixando-se o solo protegido por uma cobertura morta (palhada de cultivos antecessores) entre as covas ou linhas de plantio.
Calagem e adubação – Para a correção da acidez, de acordo com o resultado de análise de solo, deve-se elevar a saturação de bases para o nível de 60%. Como não há estudos para a cultura do quiabo-de-metro, sugere-se utilizar a recomendação para adubação do chuchu, ou seja, até 200 kg/ha de P2O5, 72 kg/ha de K2O e 30 kg de N, além de 10 a 15 ton/ha de esterco de curral curtido (COMISSÃO, 1999). Em cobertura, a recomendação é de se fazer aplicações mensais a partir do início da produção com 40 kg/ha de N e 30 kg/ha de K2O.
Pode-se fazer o semeio durante o ano todo em regiões quentes (Norte, Nordeste, parte do Centro-Oeste e norte de Minas Gerais), cujo inverno não apresenta temperaturas limitantes ao desenvolvimento da cultura, desde que haja disponibilidade de água. Em regiões de clima mais ameno (regiões Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste), o cultivo deve ser feito de setembro a dezembro.
Plantio – A propagação é feita por sementes, podendo-se fazer a semeadura no local definitivo ou produzir as mudas em bandejas ou em recipientes individuais (copinhos de jornal ou plástico, por exemplo), com posterior transplantio quando as mudas estão com quatro a cinco folhas definitivas. No semeio direto no local definitivo, dispõem-se quatro ou cinco sementes por cova, desbastando-se 15 dias depois, deixando as duas plantas as mais vigorosas por cova. As covas devem ter 40 x 40 x 40 cm (altura, largura e profundidade). Quando em latada, sugere-se espaçamento de 4,0 x 4,0 m.
Tratos culturais – A planta é conduzida em latada, de modo semelhante ao utilizado para chuchu. É necessário fazer a condução do ramo principal e deixar uma brotação lateral desenvolver-se com o ramo principal, a cerca de 30 cm do colo da planta. Para facilitar a fixação dos ramos pelas gavinhas, deve-se fazer a condução dos ramos em um tutor de bambu com galhos. Os ramos das plantas devem ser conduzidos até que atinjam a parte superior da latada, deixando-se, posteriormente, o desenvolvimento dos ramos laterais para explorar toda a área da latada. Somente é necessária a condução inicial dos ramos, já que a planta possui gavinhas para fixação.
Apesar da tolerância da cultura a pragas, observam-se alguns danos por lagartas, vaquinhas e brocas. Quanto a doenças, antracnose, mancha zonada e viroses ocorrem com maior ou menor severidade, dependendo das condições locais.
Colheita e pós-colheita – A colheita inicia-se três a quatro meses após o semeio. Os frutos deverão ser colhidos quando atingirem até 60 cm de comprimento, amarrando-os em feixes de forma a facilitar o transporte e não causar injúrias ao produto. Pode atingir rendimentos de 20,0 a 30,0 ton/ha.
Os frutos devem ser consumidos ainda imaturos (com 2 a 3 cm de diâmetro), por estarem tenros, podendo ser cozidos, refogados ou fritos.