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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

PANCS: Vinagreira (Hibiscus sabdariffa)

 

Vinagreira (Hibiscus sabdariffa)

Está distribuída pelo mundo, mas é na África e no Brasil, mais especificamente no Estado do Maranhão, que assume maior importância como hortaliça folhosa. Na América Central e México, na Ásia (Japão e Índia, entre outros) e Europa o uso mais destacado da vinagreira é como matéria-prima para chá – o reconhecido chá de hibisco. Pode ainda ser usado como planta ornamental. É um arbusto vigoroso, podendo atingir até 3 m de altura, com caule verde, vermelho ou arroxeado. Entretanto, enquanto hortaliça, efetua-se o manejo com corte, mantendo as plantas com 1,0 a 2,0 m de altura. Suas folhas são alternadas, lobadas e dentadas, com coloração verde ou púrpura. As flores são branco-amareladas, rosas ou púrpuras, com cálices carnosos vermelhos ou brancos que irão formar os frutos, pequenas cápsulas.

Nomes comuns – Groselha, rosela, quiabo azedo, quiabinho e quiabo-de-angola.

Família botânica – Malvaceae, a mesma do quiabo e do algodão.

Origem – Há dúvidas quanto a seu centro de origem. Há controvérsias entre a África Tropical e a Índia. Sua introdução no Brasil deu-se, provavelmente, no período colonial por escravizados africanos.

Variedades – Há diferentes variedades, mas no Brasil o que ocorre é a seleção e manutenção de variedades locais, havendo basicamente dois tipos: as de folhagem verde e as de folhagem avermelhada (púrpura), além de esporadicamente plantas verde-claras, praticamente sem pigmentação, e de plantas com flores diferenciadas em cor e textura. Nos Estados Unidos, visando o aumento do tamanho dos cálices, objetivando a produção de fermentados, e maior rendimento em fibras para a indústria têxtil, foram lançadas as variedades Pokeo e THS 22.

Clima e solo – Desenvolve-se melhor em regiões de clima quente, com temperaturas entre 21ºC e 35ºC. Abaixo de 17ºC, o desenvolvimento é interrompido. Na região Sul, é cultivada a partir de setembro-outubro. Os solos devem ser profundos, bem drenados, sem problemas de compactação e com bom teor de matéria orgânica. Não tolera encharcamento, havendo apodrecimento de plantas.

Preparo do solo – Varia conforme o sistema, podendo ser feito pelo método convencional ou pelo sistema de plantio direto (cultivo mínimo), atentando-se para a adoção de práticas conservacionistas. No caso do preparo convencional, efetua-se aração e gradagem e, em seguida, coveamento ou sulcamento e adubação. No sistema de plantio direto, o revolvimento é restrito às covas ou sulcos de plantio, deixando-se o solo protegido por uma cobertura morta (palhada de cultivo anterior, geralmente gramíneas ou leguminosas) entre as covas ou linhas de plantio.

Calagem e adubação – Com base na análise de solo, efetuar a correção da acidez do solo buscando pH entre 5,8 e 6,3. Como não há recomendação específica para vinagreira, sugere-se a adubação para quiabo. Assim, conforme a textura do solo e seu teor de nutrientes, a recomendação de 40 a 240 kg/ha de P2O5 e de 60 a 240 kg/ha de K2O, fornecendo 50% do K e todo o P no plantio. Recomenda-se também até 50 toneladas de composto orgânico no plantio. Em cobertura, 50 kg de N/ha 30 dias após o plantio. Após cada corte realizado, deve-se realizar adubação nitrogenada, na dosagem de 40 kg de N/ha (COMISSÃO, 1999).

Plantio – A propagação é feita, geralmente, por sementes, mas o enraizamento de estacas é plenamente viável. O plantio pode ser feito diretamente no local definitivo, dispondo-se duas a três sementes por cova (desbastando-se para deixar uma planta por cova somente), ou em bandejas, com transplantio quando as plantas atingem 15 a 20 cm de altura. A emergência ocorre a partir de quatro dias. A propagação por estacas é muito comum, pela facilidade de enraizamento, o que antecipa o ciclo da cultura. As estacas, porém, devem ser tiradas ainda na fase vegetativa de desenvolvimento, antes do florescimento, e devem ser enraizadas em recipientes ou em bandejas com substrato preparado ou comercial. O espaçamento final deve ser de 1,0 x 1,0 m quando se deseja o desenvolvimento das plantas até a frutificação e de 1,0 m x 0,5 m quando se deseja fazer cortes sucessivos de ramos para uso como hortaliça.

Em regiões tropicais e equatoriais, o cultivo pode ser realizado o ano inteiro, desde que haja disponibilidade de água, enquanto em regiões subtropicais ou tropicais de altitude, o cultivo é restrito à época mais quente do ano (setembro-outubro a março-abril).

Tratos culturais – A cultura deve ser mantida sob baixa competição com plantas infestantes por meio de capinas manuais e/ou mecânicas. Deve-se irrigar conforme a necessidade, não havendo recomendações específicas para vinagreira, mas sim o conhecimento empírico de que umidade excessiva pode provocar seu apodrecimento. É bastante tolerante a pragas. Entretanto, há relatos de ataque por formigas cortadeiras (saúvas), cochonilhas, e coleópteros (vaquinhas). Em relação a doenças, ocorre podridão causada por Phytophthora sp. Em regiões com umidade relativa mais baixa, como o Cerrado brasileiro, pode-se verificar a incidência de Oidium sp. (oídio), fungo que ataca a parte aérea.

Colheita e pós-colheita – No caso de uso como hortaliça, a colheita inicia-se entre 60 e 90 dias após o plantio, quando os ramos são cortados com 30 a 50 cm de comprimento. Efetuam-se cortes sucessivos sempre que as plantas atingem porte suficiente para novo corte. No caso de saladas cruas, colhe-se apenas os ápices (extremidades) dos ramos. Produz, aproximadamente, 5 a 10 ton/ha de ramos para uso com hortaliça a cada corte, sendo comum três cortes ou mais. No caso de uso de pétalas ou frutos imaturos (capuchos), deixa-se a planta se desenvolver plenamente até a fase reprodutiva, florescimento, a partir de 150 a 180 dias. As pétalas devem ser colhidas diariamente pela manhã; os frutos imaturos (capuchos) para produção de doces, sucos ou geleias a cada dois dias. A produção de frutos imaturos para doces, sucos e geleias rende cerca de 1,0 a 1,5 kg por planta, portanto, 10 a 15 ton/ha; e a de sépalas para chá, algo como 100 a 150 g por planta ou 1,0 a 1,5 ton/ha que, quando secos, renderão de 50 a 75 kg/ha de chá seco.

Após o corte dos ramos, faz-se uma seleção e eliminam-se partes com defeitos. Em seguida, lavam-se os ramos em água corrente e de boa qualidade e formam-se os maços, com peso médio de 300 gramas. O manuseio deve ser feito em local sombreado e a vida útil é curta assim como todas as folhosas. Na alimentação, destaca-se no Maranhão como base de pratos da culinária local, sendo o mais significativo o “arroz de cuxá”, feito com arroz, camarão seco, vinagreira e condimentos, refelxo de hábitos culinários portugueses e africanos. Os frutos e cálices são matéria-prima para a fabricação de sucos, doces e geleias. Nos Estados Unidos, é comum o preparo de um fermentado a partir do suco extraído dos cálices e das folhas. As sépalas são desidratadas e utilizadas para o preparo de chás, preparados puro (chá de hibisco) ou em mistura ao tradicional chá preto, feito com as folhas de Camellia sinensis. Na Ásia (Japão e Índia, especialmente) e Rússia, é forte a demanda por flores secas de vinagreira para o preparo de chá. Há variedades que são empregadas na produção de fibras para a indústria têxtil.

Figuras 100 e 101: Vinagreira comum, na fase vegetativa e na reprodutiva com colheita de frutos

Figuras 102 e 103: Vinagreira, variedades roxa e de flores aveludadas


quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Taioba (Xanthosoma taioba) hortaliças não convencionais

 

Nem toda planta que se diz que é taioba é comestível.

Existem algumas que não devem ser ingeridas devido ao elevado teor de oxalato de cálcio que causa coceira nas mucosas e sensação de asfixia. Vai aí uma dica: o primeiro passo é ter um histórico de procedência da planta ou da muda, ou seja, deve-se preferir mudas de variedades consideradas comestíveis. Em seguida, devem-se observar as seguintes características: se houver uma nervura perimetral, dando volta completa na borda da folha, e quando a reentrância da folha ou o “v” na forma de coração atinge o pecíolo, com folhas e talos de cor verde-clara, geralmente trata-se de taioba comestível. Mas, se houver um ponto arroxeado onde o pecíolo encontra a folha, a tendência é ser selvagem e não deve ser consumida.

Planta herbácea tuberosa perene, a taioba pertence à família Araceae, assim como o inhame. É nativa da América Tropical e Equatorial, incluindo o Brasil, sendo tradicionalmente cultivada no Sudeste brasileiro. Produz um rizoma central grande e outros laterais mais estreitos e alongados, com até 20 cm de comprimento. Possui um pseudocaule formado pela bainha das folhas membranáceas, que são largas e grandes, podendo atingir mais de 1 m de altura. As folhas são a principal parte comestível, mas os rizomas também podem ser consumidos se bem cozidos ou quando processados na forma de farinha. Nem todas as espécies podem ser consumidas, a taioba brava (Colocasia antiquorum Schott) é tóxica e merece atenção. Ela possui talo e folhas verdearroxeadas, e a taioba comestível apresenta folhas e talos verde claros.


Taioba (Xanthosoma taioba)

NOMES POPULARES: taiá, mangará

Plantio

O cultivo pode ser realizado o ano inteiro em regiões tropicais e equatoriais, desde que haja plena disponibilidade de água, mas em regiões subtropicais ou tropicais de altitude, o cultivo é restrito à época mais quente do ano (setembro a abril), já que a cultura permanece em dormência durante o período frio e/ou seco. O plantio pode ser feito em covas, canteiros ou leiras.

A propagação é feita por rizomas diretamente no local definitivo.

O espaçamento deve ser de 0,8 m a 1,0 m entre as leiras e de 40 cm a 50 cm entre plantas ou duas linhas por canteiro com 50 cm entre plantas. Os solos devem ser ricos em matéria orgânica.

Adapta-se muito bem a solos de baixada. A taioba também se adapta a consórcios com plantas de maior porte, uma vez que suportam bem o sombreamento, compondo muito bem sistemas agroflorestais.

A colheita inicia-se entre 60 e 75 dias após o plantio, quando as folhas apresentam tamanho de 30 cm a 40 cm de comprimento, com colheitas sucessivas após o crescimento de novas folhas. O rendimento, dependendo da variedade, pode chegar a 1,5 kg de folhas por planta durante o ciclo de seis a oito meses, o que equivale a 30 toneladas por hectare. No caso de rizomas, a colheita é feita a partir de sete a oito meses e, para aumentar a produção de rizomas, deve-se reduzir a colheita de folhas. A produtividade pode atingir mais de 20 toneladas por hectare.

As folhas devem ser colhidas sempre novas, visto que as folhas mais velhas podem concentrar teores elevados de oxalato de cálcio. Para comercialização, as folhas são enroladas e amarradas em maços de cinco a sete folhas.

Conservação e usos

A taioba apresenta vida útil relativamente curta, de 1 a 2 dias em temperatura ambiente, e até uma semana em condições de refrigeração, desde que embalada em saco plástico. As folhas são usualmente consumidas como a couve, refogadas ou cozidas, e como acompanhamento de pratos à base de carnes ou farinhas de milho ou de mandioca. É rica em proteína, com um teor de até 3 % em folhas frescas, e também em minerais (potássio, cálcio, fósforo, ferro e zinco). Seus rizomas, às vezes, são consumidos como pequenos inhames, cozidos, fritos ou processados na forma de farinha, como fonte alternativa de carboidratos.

A Taioba esta sendo estudada no âmbito do projeto “Avaliação agronômica, caracterização nutricional e estudo da vida útil de hortaliças não convencionais”, da Embrapa Hortaliças, que busca tornar acessíveis as informações sobre essas espécies com o intuito de fomentar a produção, o consumo e a comercialização. Outras hortaliças estudadas são: almeirão-deárvore, amaranto, anredera, azedinha, beldroega, bertalha, capuchinha, cará-do-ar, caruru, fisális, jambu, major-gomes, mangarito, maxixe-do-reino, muricato, ora-pro-nóbis, peixinho, serralha, e vinagreira.


Receita

Taioba refogada

Ingredientes

5 folhas de taioba

Óleo, alho e sal a gosto

Modo de preparo

1. Lave as folhas da taioba.

2. Retire o pecíolo e a nervura principal das folhas e corte-as em tiras finas.

3. Aqueça o óleo e refogue a taioba até murchar totalmente, deixando que se inicie um leve cozimento.



quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

PANCS: Taro (ex-inhame) (Colocasia esculenta)

 

Taro (ex-inhame) (Colocasia esculenta)

O taro é de grande importância econômica e social em diversas regiões tropicais do mundo, alimento básico no Sudeste asiático e nas ilhas do Pacífico. No Brasil, é cultivado principalmente nos estados da região Sudeste. Caracteriza-se por suas enormes folhas em tom verde-escuro em forma de coração, pecíolo verde ou arroxeado, longo e inserido no meio da folha (folha peltada), com altura variando de 0,3 a 1,8 m, de acordo com a variedade. Possui elevados teores de amido e proteínas, quantidades razoáveis de vitaminas do complexo B e açúcares, além de alta digestibilidade. Produz rizomas, que são revestidos por uma túnica fibrosa, apresentando numerosas radículas, que devem ser retiradas para a comercialização.

Nomes comuns – O termo inhame é empregado no centro-sul do Brasil, enquanto no Nordeste inhame se refere ao cará, planta completamente distinta, pertencente à outra família, Dioscorea. Cabe lembrar que no I Congresso de Inhame e Taro, realizado em 2002, foi debatido e normatizado que, a partir de então, o termo “taro” seria relacionado a plantas do gênero Colocasia e “inhame” seria restrito ao cará, plantas do gênero Dioscorea, de modo a padronizar a terminologia no Brasil e no Mundo (CARMO, 2002). Certamente, é difícil inserir um novo termo no dia a dia das pessoas, o que pode até mesmo não acontecer.

Família botânica – Araceae.

Origem – Regiões tropicais úmidas da Ásia, Índia, Bangladesh e Myanmar (antiga Birmânia).

Variedades – Utilizam-se variedades locais que são, na verdade, clones. São classificadas em “mansas” e “bravas”. As “bravas” podem irritar as mucosas em função dos elevados teores de cristais de oxalato de cálcio nos rizomas. As variedades “mansas”, com menores teores, mais conhecidas são: japonês, chinês e macaquinho. As cultivares branco e rosa, do grupo denominado de “bravo” ou “coçador”, são utilizadas na alimentação de suínos. A coloração da polpa depende da cultivar, sendo mais comuns as cores branca e ligeiramente cinza.

Clima e solo – Exige temperatura e pluviosidade elevadas, adaptando-se bem ao plantio sem irrigação na primavera-verão no Sudeste. Adapta-se melhor aos solos argilo-arenosos (textura média), devendo-se evitar solos excessivamente argilosos, que dificultam o crescimento dos rizomas e a colheita. Apesar de sua rusticidade, o taro produz melhor em solos férteis e com elevado teor de matéria orgânica. É resistente a estresses ambientais, tais como baixa luminosidade ou insolação e encharcamento, sendo comum seu cultivo em várzeas.

Preparo do solo – Deve-se efetuar uma ou duas arações, a depender do estado da área, e duas gradagens, seguido de sulcamento (enleiramento) e adubação uma semana antes do plantio.

Calagem e adubação – A calagem e a adubação devem ser feitas com base nos resultados da análise de solo, ressaltando a importância do cálcio para evitar a ocorrência de “metsubure” ou olho cego, distúrbio fisiológico caracterizado pela perda da gema apical dos rizomas-filho devido à deficiência de cálcio. Recomenda-se até 180 kg/ha de P2O5 e 90 kg/ha de K2O, conforme a disponibilidade desses nutrientes no solo, além de 60 kg/ha de N em duas aplicações, aos 40-45 e 70-80 dias após o plantio (COMISSÃO, 1999).

Plantio – O taro é propagado vegetativamente por meio de rizomas. Pode-se utilizar tanto o grande rizoma central quanto os laterais (pequenos). Rizomas laterais maiores possuem maior capacidade produtiva, mas, por serem mais valorizados no mercado, elevam o custo de produção. Assim, a utilização do rizoma central, de menor valor comercial no mercado, pode ser uma opção. Os rizomas podem ser plantados inteiros. No caso do rizoma central, quando for muito grande, pode-se plantar apenas a sua porção superior com 200 a 300 g. Deve-se colocar os rizomas com o broto terminal bem desenvolvido em sulcos de 10 cm de profundidade, no espaçamento de 1,0 x 0,3 m (33.333 plantas/ha).

O taro é uma hortaliça de clima tropical, quente e úmido, sendo intolerante ao frio. Nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul é plantado de setembro a novembro. No Nordeste, onde é pouco conhecido, deve-se plantar no início das chuvas, entre novembro e janeiro em baixadas úmidas. Na região Norte, em locais com clima quente e úmido, pode ser plantado durante o ano todo, havendo porém menor translocação de nutrientes para os rizomas em função do contínuo desenvolvimento da parte aérea por não haver um período seco e frio bem definido.

Tratos culturais – A cultura é exigente quanto à umidade do solo, sendo normalmente plantada sem irrigação em períodos chuvosos e áreas de várzeas, especialmente em regiões montanhosas, com bons níveis de produtividade. Entretanto, quando necessário, deve-se irrigar por sulco ou aspersão. Quando a planta entra na fase de maturação, as irrigações devem ser reduzidas e, aos 20- 25 dias antes da colheita, totalmente suspensas. Devem ser realizadas capinas, com auxílio de enxada e/ou cultivadores, mantendo as plantas infestantes sob controle durante o desenvolvimento da cultura.

O taro é uma hortaliça pouco atacada por pragas. Em períodos secos, podem ocorrer pulgões nas folhas. Danos à cultura são causados pelos coleópteros (besouros, brocas) Stenocrates cultor e Tarophagus proserpina, que abrem galerias nos rizomas, inviabilizando-os para comercialização e plantio. Também pode ocorrer o fungo Cladosporium spp., em folhas mais velhas, porém com pouca interferência na produção. Em áreas com histórico de ocorrência de nematoides-das-galhas, Meloidogyne spp., fazer rotação com gramíneas.

Colheita e pós-colheita – Realiza-se a colheita sete a nove meses após o plantio, quando as folhas começam a amarelar, murcham e secam. Pode permanecer no campo por até três meses sem ser colhido desde que o solo seja bem drenado e no período seco do ano. Deve sempre ser colhido antes das chuvas. Quando colhidos após o retorno das chuvas, os rizomas ficam aguados e insossos devido à rebrota e translocação de nutrientes dos rizomas para parte aérea. A colheita pode ser realizada feita manualmente ou semimecanizada. Efetua-se, então, a limpeza dos rizomas, que consiste no corte da parte aérea e na retirada do excesso de raízes e de túnicas (“cabelos”). Comercialmente, os rizomas-filho são separados da cabeça central e classificados por tamanho. Os rizomas laterais (rizomas-filho), que podem apresentar peso variando de 20 g a 200 g, e têm valor de mercado cinco a dez vezes maior que o rizoma central. Quanto maiores, mais valorizados são os rizomas-filho. Pode produzir até 40 ton/ha de rizomas-filho

Os rizomas devem estar firmes, sem sinais de brotação, sem áreas amolecidas ou enrugadas. Quando colocados em geladeira, devem ser acondicionados na parte inferior, dentro de sacos plásticos. Os rizomas são consumidos após cozimento. Muito usado em sopas, cremes, refogados, saladas (cozido), fritos (após rápido cozimento), pães, bolos e sobremesas. Também pode ser industrializado na forma de farinha. Há variedades usadas especificamente para a alimentação animal. O rizoma central é um pouco mais duro. O armazenamento pode ser feito em galpões bem ventilados, espalhando os rizomas em camadas finas, facilitando a circulação de ar entre eles.

Figuras 98 e 99: Taro, plantas e rizomas